A Assembleia Geral Ordinária da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), reunida nesta sexta-feira 13 e sábado 14 em Brasília, aprovou nota oficial em que condena o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, considera ilegítimo o governo Michel Temer, cujas primeiras medidas apontam para um retrocesso, e anuncia que empreenderá todos os esforços para mobilizar os sindicatos e os bancários de sua base para lutar em defesa da democracia e contra retirada de direitos conquistados pelos trabalhadores em décadas de luta.
O documento denuncia o “retrocesso já explicitado nas primeiras medidas do governo usurpador e sem voto”, como a inexistência de mulheres e a extinção de ministérios das áreas sociais que vinham desempenhando papel importante na implantação de políticas públicas para a maioria excluída da população, como os do Desenvolvimento Agrário (MDE) e das Mulheres, Direitos Humanos, Igualdade Racial e Juventude, além do enfraquecimento do Ministério da Previdência.
“Ressaltamos que o governo ilegítimo de Michel Temer inverte a lógica de prioridade dos últimos 13 anos no país, focando 100% na lógica de mercado e deixando em último plano os direitos sociais. Essa lógica tenebrosa implica quase nenhuma participação do Estado nas políticas públicas, representando um perigo real aos direitos da classe trabalhadora, com estreito diálogo aos interesses do capital, sobretudo do capital financeiro”, critica a Fetec-CUT/CN na nota oficial.
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Mas adverte: “A FETEC/CUT Centro Norte não admitirá retrocesso nos direitos e nas políticas conquistadas a partir de muita luta e sacrifícios. A FETEC/CUT Centro Norte orienta seus sindicatos a permanecerem mobilizados e unificados na luta, na defesa da democracia e nos direitos da classe trabalhadora, bem como manutenção e aperfeiçoamento das políticas públicas. Retrocesso, jamais!”. Estão tramitando no Congresso Nacional 55 medidas com retirada de direitos trabalhistas e sociais, que podem ser aprovadas a qualquer momento. >> Veja aqui quais são.
Veja abaixo a íntegra da nota oficial:
NOTA DA FETEC/CUT Centro Norte - Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Empresas de Crédito da Região Centro Norte
A FETEC/CUT Centro Norte, que congrega 12 sindicatos do ramo financeiro da região Centro Norte, mantém e intensifica a luta em defesa da democracia e contra o retrocesso nos direitos, retrocesso já explicitado nas primeiras medidas do governo usurpador e sem voto. Ilegítimo, portanto.
A FETEC Centro Norte tem defendido a luta para ampliar conquistas aos trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro e sempre esteve à frente em defesa da democracia, da justiça, dos direitos à classe trabalhadora e à participação social. Também combateu e combate a corrupção e quaisquer restrições ou retirada de direitos da classe trabalhadora, como, por exemplo, o então PL 4330, hoje PLC 30, da Terceirização e o PLS 555, hoje PLS 4918.
Nesse sentido, a FETEC/CUT Centro Norte repudia as últimas decisões do Congresso Nacional, primeiro com a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, e agora também no Senado Federal, no último dia 12 de maio. Repudia também as primeiras e danosas medidas anunciadas pelo governo usurpador e que apontam retiradas de direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora e medidas que rasgam a rede de proteção social sobre populações tradicionais e as que mais precisam de amparo por parte do Estado.
A extinção do Ministério da Previdência Social e a sua incorporação junto ao Ministério da Fazenda é uma medida perigosa para todas as categorias profissionais e para os aposentados e pensionistas do campo e da cidade. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) foi uma importante conquista da Agricultura Familiar brasileira e, agora extinto, poderá haver o comprometimento da continuidade e aperfeiçoamento de políticas importantes voltadas para a agricultura familiar, para os assentados da reforma agrária, para os beneficiários do crédito fundiário, para a assistência técnica, para a regularização fundiária, para o desenvolvimento territorial e outras ações que garantiam o desenvolvimento rural sustentável e solidário que conquistamos nos últimos anos. Vemos como retrocesso também a extinção do Ministério das Mulheres, Direitos Humanos, Igualdade Racial e Juventude.
A FETEC/CUT Centro Norte repudia também o Governo Temer não ter nenhuma mulher no seu primeiro escalão, algo que não ocorria desde o Governo Geisel, na década de 70, durante a ditadura militar, demonstrando que este é um governo machista! Um governo ilegítimo e composto por homens brancos e ricos.
Ressaltamos que o governo ilegítimo de Michel Temer inverte a lógica de prioridade dos últimos 13 anos no país, focando 100% na lógica de mercado e deixando em último plano os direitos sociais. Essa lógica tenebrosa implica quase nenhuma participação do Estado nas políticas públicas, representando um perigo real aos direitos da classe trabalhadora, com estreito diálogo aos interesses do capital, sobretudo do capital financeiro.
A FETEC/CUT Centro Norte não admitirá retrocesso nos direitos e nas políticas conquistadas a partir de muita luta e sacrifícios.
A FETEC/CUT Centro Norte orienta seus sindicatos a permanecerem mobilizados e unificados na luta, na defesa da democracia e nos direitos da classe trabalhadora, bem como manutenção e aperfeiçoamento das políticas públicas. Retrocesso, jamais!
Resistir e denunciar o golpe e ataque aos direitos da classe trabalhadora. A luta continua e cada dia mais forte!
Brasília, 14 de maio de 2016
ASSSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA FETEC-CUT/CN