(Última atualização: dia 22, às 8h37)
Na oitava rodada de negociação da Campanha 2018, realizada nesta terça-feira 21 de agosto, em São Paulo, a Fenaban apresentou ao Comando Nacional dos Bancários uma nova proposta com 0,5% de aumento real por dois anos, mas não garante empregos e retira direitos conquistados pela categoria em um século de lutas que estão consolidadas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O Comando rejeitou a proposta na mesa e nova rodada de negociação será realizada nesta quinta-feira 23.
A nova proposta da Fenaban, apesar de avançar com o aumento real, traz um percentual abaixo do que a categoria espera e menor do que os banqueiros podem pagar, considerando os lucros recordes de R$ 47,4 bilhões no ano passado e R$ 31,6 bilhões só no primeiro semestre de 2018. Além disso, a nova proposição está carregada de retirada de direitos, como a extinção do salário-substituição e da remuneração de comissionamento, além de agravar as discriminações contras as mulheres.
“O mais espantoso é que os bancos chegaram ao ponto de propor até retirada de PLR das bancárias grávidas, reproduzindo proposta de um conhecido candidato presidencial, que defende a tese de que as mulheres devem ter remuneração menor que os homens porque engravidam”, critica Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), integrante do Comando Nacional dos Bancários, que participou da mesa de negociação nesta terça-feira.
Diante da recusa do Comando Nacional, ficou acertada nova rodada de negociação na quinta-feira 23, a partir das 10h.
O Comando orienta todas as entidades sindicais a organizarem atividades de protesto dos bancários nesta quarta-feira 22, para pressionar os bancos a atenderem às reivindicações da categoria nesse momento decisivo da Campanha Nacional de 2018.
As negociações específicas do Banco do Brasil e da Caixa continuam nesta quarta-feira 22.
Veja mais sobre a proposta dos bancos
• Retirada do salário substituto (cláusula 5ª)
• Fim da PLR integral para bancárias em licença-maternidade e afastados por acidente ou doença (esses trabalhadores receberiam PLR proporcional ao período trabalhado)
• Querem compensar, caso percam na Justiça, as horas extras pagas como gratificação de função conforme a cláusula 11ª da CCT. Esse item não vale para os bancos públicos, que têm Plano de Cargos e Salários (PCS). A proposta foi rejeitada e o Comando quer negociar PCS para todos
• Alteração da cláusula do vale-transporte, rejeitada porque ficaria pior do que a lei (cláusula 21ª)
• Fim da cláusula que proíbe a divulgação de ranking individual (cláusula 37ª)
• Retirada da cláusula que previa adicional de insalubridade e periculosidade porque está na lei (cláusula 10ª)
• Querem flexibilizar o horário de almoço de 15 minutos para 30 minutos na jornada de seis horas (exceto para teleatendimento e telemarketing)
• Fim do vale-cultura (cláusula 69). Comando quer que permaneça para que o direito esteja garantido caso do governo retome o programa.
• Retirada da cláusula que garantia a homologação de rescisão contratual nos sindicatos
• Aqui um avanço: garante o parcelamento do adiantamento de férias em três vezes, a pedido do empregado
• Outro avanço: mantém o direito do hipersuficiente à CCT (quem ganha mais de R$ 11.291,60.
• Mantém o direito ao adiantamento emergencial para quem tem recurso ao INSS por 90 dias. Os bancários querem 120 dias
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT