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10 de Junho de 2016 às 21:42

Em Brasília, protestos incluem Gilmar Mendes e Eduardo Cunha

Público chamou a atenção para projetos que tiram direitos dos trabalhadores, em tramitação no Congresso, e a necessidade de se aumentar a ida às ruas até a votação final do processo de impeachment


Crédito: REPRODUÇÃO/NINJA
Cerca de 2 mil pessoas estão concentradas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

por Hylda Cavalcanti, da RBA

Brasília – Na manifestação realizada hoje (10), em Brasília, os protestos contra o governo interino de Michel Temer foram estendidos ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamado de "golpista", ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Também houve pedidos pelo andamento da operação Lava Jato. O ato teve representação de várias categorias profissionais, entre comerciários, professores, bancários, servidores públicos, além de parlamentares, militantes de movimentos sociais e estudantes.

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“Se a rua não parar esse golpe que está em curso, não será o Congresso que irá parar. Para que a votação do impeachment seja derrubada no Senado em junho, nós temos que aumentar as manifestações nas ruas daqui por diante. Essa defesa de todos nós à democracia é fundamental para conscientizar a população e os parlamentares e reverter o processo”, afirmou a servidora pública Iraídes Staciarini.

O professor Roberto Duarte lembrou a representação de perdas de conquistas para a população. Duarte destacou o projeto que está em tramitação no Congresso Nacional e abre brechas para a privatização de estatais e o projeto que retira da Petrobras a prioridade na exploração do pré-sal.

“Estão de olho nestes temas há muito tempo. Tudo o que está acontecendo é uma ação orquestrada anos atrás que tem como objetivo aumentar a participação do capital estrangeiro no que é nosso e adotar um modelo econômico privatista no país. Os brasileiros precisam ficar alertas para isso, e estes atos têm a intenção de desconstruir o que tem sido pregado pela mídia dirigida, por meio da manipulação de informações”, acusou.

Ilegitimidade do processo

No total, perto de 2 mil pessoas estão concentradas na Esplanada dos Ministérios em três faixas, no movimento organizado pela Frente Brasil Popular. Nos discursos e pronunciamentos, frases de alerta como “Pense bem, o golpe é contra você”, ou “Sem expressão não há educação”. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que acompanha a manifestação em Brasília, disse que a atuação precisa ser feita, daqui por diante, com dois focos.

O primeiro, no sentido de protestar e chamar a atenção para a ilegitimidade do processo de impeachment e consequente ilegitimidade do governo Temer. E em segundo lugar, com o intuito de chamar a atenção para os desmandos do país, de forma a pressionar pela cassação do deputado Eduardo Cunha e pelo andamento da operação Lava Jato com as devidas punições e prisões de todos os envolvidos, sem seletividade.

Representantes da CUT no Distrito Federal ainda lembraram, nos discursos feitos do palanque montado num trio elétrico, que serão realizadas nos próximos dias desde paralisações temporárias ou totais do trabalho até panfletagens, caminhadas, minicomícios, atividades culturais e outras formas de manifestações de rua.

Conquistas sociais

“Este é um ato em defesa dos direitos trabalhistas, das conquistas sociais e em defesa da democracia, que são os três eixos dessa luta”, afirmou o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Brito. O dirigente destacou a importância de participação e esforço de todos nessa luta para barrar o golpe de Estado em curso.

“Como já vínhamos denunciando, o golpe é contra os trabalhadores, e o governo Temer já iniciou o processo de roubo de direitos e de retirada de conquistas sociais. Além de extinção de ministérios de caráter social (Previdência e Desenvolvimento Agrário), também estão sendo impostos graves retrocessos com a suspensão de programas como Minha Casa, Minha Vida, Fies, Prouni e Pronatec e muitos outros”, disse.

"Muita coisa pior ainda está para acontecer”, ao acrescentar que existem hoje, no Congresso Nacional, mais de 60 projetos nocivos aos trabalhadores e ao patrimônio público”, disse Brito.

O ato de Brasília integra o chamado Dia Nacional de Mobilização e Paralisação pelo Fora Temer, contra o Golpe e em Defesa dos Direitos Trabalhistas e Conquistas Sociais, realizado pela CUT, a Frente Brasil Popular e o movimento Povo sem Medo.

A manifestação ainda ocorre em frente ao Museu da República e os manifestantes se preparam para sair em passeata pela Esplanada dos Ministérios em direção à frente do Congresso Nacional.



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