Brasília - Representantes dos empregados da Caixa Econômica Federal retardaram por 1 hora o funcionamento da entrada principal da Matriz I, na manhã desta quarta-feira (16), em protesto contra a reestruturação da empresa, anunciada na semana passada sem qualquer tipo de negociação com o movimento sindical.

Durante o ato, que reuniu dezenas de bancários, os sindicalistas repassaram informações sobre a reunião da CEE/Caixa, realizada nesta terça (15), colheram sugestões e ouviram relatos dos bancários sobre os problemas enfrentados nos setores onde estão ocorrendo as mudanças.

“Essa foi uma excelente oportunidade para dialogar com bancários e bancárias na tentativa de saber como a reestruturação está acontecendo na área de cada um e qual o impacto. Da direção da Caixa, não há nenhuma informação concreta. Tudo está muito vago”, explicou Enilson da Silva, diretor da Fetec-CUT/CN e empregado da Caixa. 

Em solidariedade ao movimento em Brasília, representantes de sindicatos de bancários de outros estados também participaram da manifestção, a exemplo de Marcos Saraiva (Marcão), diretor do Sindicato do Ceará, que relatou as dificuldades enfrentadas na sua região por conta do processo.

“Vivemos um momento de muita dificuldade que está deixando os empregados da Caixa no nordeste apavorados. Temos que dar um basta e suspender imediatamente esse processo de reestruturação. Os empregados da Caixa precisam de respeito e não é isso que está acontecendo”, destacou Marcão, que representa a Fetraf-Nordeste na mesa de negociação da Caixa.

Assédio moral

“Infelizmente essa onda pela qual passa a Matriz I, e que irá atingir outras unidades, é muito perigosa, principalmente pelo aumento do assédio moral. Com certeza, essa prática nefasta irá aumentar na Caixa. Já sabemos que há gestores se aproveitando do momento para retirar função de pessoas que não rezam a cartilha dele e colocar apadrinhados sem fazer processo seletivo. O Sindicato não vai aceitar isso”, afirmou o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Adilson de Sousa.

Próximas ações

Ainda nesta quarta (16), a CEE/Caixa irá encaminhar um ofício à presidenta da Caixa, Miriam Belchior, exigindo a imediata suspensão do processo de reestruturação, que foi implantado à revelia das entidades representativas dos trabalhadores.

Também está sendo organizado um Dia Nacional de Luta, previsto para 24 de março, com atos simultâneos por todo o país contra a reestruturação e contra o PLS 555/2015, que visa a privatização de diversas empresas estatais.

Rosane Alves
Do Seeb Brasília

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