Crédito: GuinaFerraz
A Caixa Econômica Federal mais uma vez se mostrou intransigente. Na primeira rodada de negociações da Campanha Nacional 2015, realizada nesta quinta-feira (27), em Brasília, ao ser cobrada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) para acabar com o programa GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas), a empresa foi taxativa e afirmou que vai manter e ampliar o instrumento de avaliação de resultados, ao contrário do que querem os trabalhadores. Para o movimento sindical, o GDP institucionaliza a cobrança de metas individuais, que são as principais causas do adoecimento dos empregados.
“Nós iniciamos as negociações com os temas segurança bancária e saúde do trabalhador. Mas os debates não se esgotaram e prosseguem na próxima reunião, uma vez que houve um impasse quando a Caixa mostrou que prioriza o seu patrimônio e nós, representantes dos trabalhadores, as pessoas”, ressaltou Genésio Cardoso, membro da CEE/Caixa.
Wandeir Severo, diretor do Sindicato e representante da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na CEE/Caixa, endossou as palavras de Genésio, avaliando que o posicionamento da empresa no item sobre saúde foi muito ruim. “Além de não voltar atrás no GDP, a Caixa disse que vai ampliar a implantação do programa”, critica Wandeir. No entanto, ele considerou o debate sobre segurança razoável. “A Caixa até apresentou disposição em avançar nas reivindicações dos empregados”, observou.
Saúde do trabalhador
Nas reivindicações sobre o tema saúde, os representantes dos trabalhadores pediram o combate ao assédio moral e sexual e a todas as formas de violência organizacional, com a inclusão, entre outras medidas, de punição normativa aos gestores e demais empregados que pratiquem, comprovadamente, qualquer forma de violência moral contra colegas, subordinados e demais pessoas.
A Caixa disse que a Gipes já desempenha esse papel através de um trabalho de prevenção de conflitos e que o prazo para apresentar solução é de até 45 dias. Segundo os representantes da empresa, até agora nenhum caso ficou sem solução.
Quanto à solicitação da CEE para que a Caixa assine a cláusula 71 da minuta dos bancários, que trata do fim das metas abusivas, a empresa ficou de analisar e se posicionar na próxima negociação com os representantes dos trabalhadores.
A Caixa também ficou de analisar os itens sobre adoção da remuneração-base para fins de cálculo dos adicionais de insalubridade e periculosidade e sobre reconhecimento, por parte da empresa, do avaliador do penhor, tesoureiro e caixa como atividades insalubres.
Segurança bancária
Os trabalhadores reivindicam a instalação de biombo que impeça a visualização das operações efetuadas nos caixas pelo público, sem impedir a visão dos caixas e adequando a posição dos vigilantes.
A Caixa disse que já vem instalando esses instrumentos de segurança e ficou de apresentar, na próxima reunião, o número e o percentual de biombos já instalados.
Sobre a instalação de vidros de proteção nos guichês de caixa e penhor, a Caixa afirmou que vai fazer um estudo sobre a possibilidade de atender essa reivindicação, que deverá ser apresentado também na próxima negociação.
Quanto à utilização de vidros blindados nas fachadas externas das unidades de atendimento e implantação de CFTV externo com câmeras com alta resolução, a visão da área de segurança da Caixa é de que a blindagem não é a melhor solução para o problema. Mas vai avaliar a solicitação.
Os trabalhadores pediram a extensão para todas as unidades de ponto de fechamento e abertura realizados por equipe especializada em segurança e transferir a responsabilidade da guarda das chaves do cofre e tesouraria para empresa de segurança, para garantir maior proteção contra sequestros e assaltos aos tesoureiros.
A Caixa informou que a abertura é 100% remota e que não há guarda de chave feita por nenhum empregado.
Sobre o pedido de garantir o serviço de segurança a todas as unidades da Caixa, inclusive às filiais, sem redução do efetivo de segurança, a empresa admitiu a redução do quadro de vigilantes nas unidades e se comprometeu a levar o assunto para análise.
Os empregados também pedem a elaboração de plano específico de segurança para clientes e empregados, com avaliação dos órgãos de segurança, para as agências em zonas reconhecidamente de risco, visando sua maior proteção.
Quanto a esta solicitação, a Caixa informou que todos os bancos têm de ter três itens de segurança – alarme, vigilante, e o outro fica a critério da unidade. E garantiu que já existe um mapa de risco feito de cada unidade feito pela área de segurança do banco.
Outra reivindicação é que a Caixa garanta itens de segurança bancária, tais como portas de segurança (acesso), biombos, estacionamento de carro-forte, independentemente de legislação municipal específica.
A Caixa disse que, independentemente da legislação, já desenvolve essa política e se comprometeu a segui-la.
A Caixa se negou a revogar a orientação da CE 042/2015 da Gesfi/Gelog/Geope/Geoce, sobre obras nas unidades e serviços de vigilância, conforme solicitação dos trabalhadores.
Próxima negociação
A próxima reunião da negociação específica da Campanha Nacional 2015 com a Caixa está agendada para o dia 4 de setembro, com a continuidade dos debates sobre saúde do trabalhador, Saúde Caixa, Funcef e aposentados. A pauta de reivindicações foi entregue à direção da empresa no dia 11 de agosto.