Belém PA - Em “defesa da democracia, do emprego e do salário”, dirigentes do Sindicato que também são bancários e estão em plena Campanha Nacional retardaram, na manhã desta terça-feira (15), a abertura do Itaú na Av. Magalhães Barata, onde também funciona a superintendência do banco.
A data do ato coincide com uma nova rodada de negociação extra entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação nacional dos Bancos (Fenaban) que irá discutir sobre as causas dos adoecimentos na categoria, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, programa de retorno ao trabalho. A presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará e diretora da Contraf-CUT, Rosalina Amorim e o diretor de saúde do Sindicato, Gilmar Santos, acompanham as rodadas de negociação em São Paulo.
“Estamos em plena Campanha Nacional por melhores salários e condições de trabalho. A população ainda não sabe o que de fato acontece dentro das agências bancárias, e é por isso que estamos aqui para denunciar o descaso com a categoria do nosso Estado. Os bancos hoje cobram tarifas e juros abusivos em cima de seus clientes. Bancos que estão lucrando mais do que nunca e desconhecem o que é uma crise econômica. Eles podem nos dar melhores salários e melhores condições de trabalho, e vamos lutar por isso até a nossa vitória”, afirma o diretor do Sindicato e empregado do Itaú, Sandro Mattos.
“Essa fortuna que é lucrada não volta com a mínima condição de atendimento para seus clientes, imagina para os bancários que sofrem diariamente com a pressão por metas a serem cumpridas. Se os bancos continuarem sem atender as mínimas reivindicações que estão sendo feitas, nós bancários vamos sim deflagrar greve por tempo indeterminado, pois já estamos cansados desse total descaso dos banqueiros com a população e bancários”, destaca o diretor do Sindicato e funcionário do Santander, Márcio Saldanha.
Amanhã (16), ocorre outra mesa de negociação e o tema será ‘Remuneração’.
“Nós estamos aqui para mais uma vez dialogar com a população da capital paraense, mostrar que a nossa luta não é só por salário, a luta é também por segurança, melhor condição de trabalho e igualdade. Não é verdade quando dizem que o bancário trabalha só 6 horas, todos sabemos que mesmo quando o banco tem suas portas fechadas, ainda existem clientes nas agências esperando atendimento. Mas isso não é culpa do bancário, a culpa é do banco que não contrata e ainda reduz seu quadro de empregados a cada dia que passa. Esse mesmo setor que desconhece a crise, é o que lucra em cima dos juros e tarifas absurdas”, afirma o dirigente sindical e funcionário do Banco do Brasil, Fábio Gian.
Lucro nas alturas – Entra ano, sai ano, o setor bancário continua sendo o mais rentável do país. Mesmo com retração econômica, somente no primeiro semestre deste ano, os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) lucraram R$36,3 bilhões. Um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
CUT presente – Além de Belém, o ato em “defesa da democracia, do emprego e do salário” ocorre em outras capitais brasileiras para também fortalecer as campanhas salariais de outras categorias, defender os empregos, a democracia e buscar saídas econômicas que protejam os trabalhadores e a Petrobras, estatal mais atacada por setores conservadores.
“A Central Única dos Trabalhadores está aqui para saudar a luta bancária, está aqui para apoiar essa luta tão importante para categoria e a sociedade. A CUT está lançando a Campanha Nacional pela democracia, pelo emprego, salário, segurança, melhor condição de trabalho e mais contratação. O que vemos hoje é a crescente insegurança no setor bancário. São bancários e clientes reféns desse total descaso que acontece dentro e fora das agências. São por esses motivos que essa luta é de grande importância também para a sociedade. A CUT está junto com o Sindicato dos Bancários para fortalecer ainda mais esse movimento”, ressalta o presidente da CUT-PA, Martinho Souza.
Confira AQUI como foi a última rodada de negociação com a Fenaban.
Fonte: SEEB/Pará