“A categoria bancária é essencial para a greve geral do dia 14. É importante que cada sindicato faça assembleia nos locais de trabalho, discuta a situação dos bancos públicos, discuta a situação do sistema financeira e discuta com a sociedade. Nós bancários somos privilegiados pra isso, pra explicar o que significa o projeto de capitalização do Paulo Guedes. Porque esse projeto de capitalização foi construído na Fenaban.”
O apelo foi feito nesta quarta-feira 5 pelo presidente da CUT Nacional, o bancário Vagner Freitas, no encerramento do primeiro dia da 12ª Conferência Regional dos Bancários do Centro-Norte, que está sendo realizada pela Fetec-CUT/CN em Brasília.
“Precisamos explicar pra população o que significa a reforma e convencer as pessoas. O trabalhador tá achando que vai haver um fundo pra ele se aposentar, composto com participação do patrão e do governo. Não estamos conseguindo transpor essa barreira da comunicação”, acrescentou Vagner. “Temos de explicar que a capitalização é uma contribuição individual do trabalhador, não tem participação do patrão e do governo. E como ele vai conseguir fazer poupança se ele não consegue ter salário que dure até o final do mês? Temos que fazer essa discussão.”
Para o presidente da CUT, é importante também aproveitar esse momento para fortalecer o movimento sindical, que teve participação importante nas manifestações dos dias 15 e 30 de maio, mas que a mídia escondeu. “É importante que os sindicatos retomem o protagonismo no confronto com o governo Bolsonaro e se fortaleça, assim como outros movimentos sociais.
A greve geral, segundo Vagner, “não é a bala de prata”, mas faz parte da construção de um processo de fortalecimento das lutas dos trabalhadores em defesa de seus direitos, contra a destruição do país e de entrega das riquezas do país e pela retomada da democracia, além de um recado para os parlamentares que vão votar a pauta antipopular do governo Bolsonaro. “Deixar claro que não se elegerão se votarem a reforma, como fizemos no governo Temer.”
O presidente da CUT, que apareceu de surpresa à Conferência da Fetec-CUT/CN depois de cumprir agenda em Brasília, fechou o primeiro dia dos debates, que começou na manhã desta quarta 5 com análise de conjuntura conduzida pela presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, e com uma palestra do presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, sobre a importância da luta em defesa dos bancos públicos.
Confira aqui como foram os debates durante a manhã.
A abertura oficial da 12ª Conferência dos Bancários do Centro-Norte foi presidida por Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN, e teve a participação na mesa, além de Juvandia e Jair Pedro, do atual presidente e do presidente eleito do Sindicato de Brasília, respectivamente Eduardo Araújo e Kleytton Moraes, além do diretor da CUT Brasília e recém-eleito presidente nacional da Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT), Julimar Roberto de Oliveira Nonato.
Organização e comunicação sindical
Na parte da tarde da quarta-feira teve mais duas mesas de exposição e debates. A primeira foi o painel Registro Sindical Portaria 501/2019, Pluralidade e Financiamento Sindical (MP 873), apresentado pelo dr. José Eymard Loguercio, da LBS Advogados, que presta assessoria jurídica para a Fetec-CUT/CN.
Eymard fez uma pormenorizada retrospectiva histórica da organização sindical no Brasil, para apresentar os desafios que os sindicatos e as centrais enfrentam com as mudanças ocorridas no mundo do trabalho em razão das novas tecnologias e dos novos modelos de gestão, além das restrições impostas pela reforma trabalhista do governo Temer. São todas mudanças de caráter neoliberal, que precarizaram o trabalho e produziram alto desemprego.
“A única forma de ressignificar o sindicato é se adequar ao novo mundo do trabalho, aproximando-se assim desse novo trabalhador”, defendeu o assessor jurídico da Fetec-CUT/CN.
A segunda mesa da quarta-feira à tarde discutiu o tema “Como o movimento sindical pode usar as redes sociais para ampliar sua ação”, a partir de palestra de Joaquim Carvalho, coordenador das redes sociais da liderança do PT na Câmara dos Deputados.
O palestrante convidado deu uma verdadeira aula sobre como funciona cada rede social e como o facebook, o whatsapp, o twitter e o instagram estão sendo empregados tanto pelas empresas como pelas forças de extrema-direita no Brasil e em todo o mundo.
“Não estávamos preparados para a violência com que os adversários vieram. Eles ocuparam os espaços de relacionamento que abandonamos. Os aplicativos são o futuro da comunicação sindical, que deve ser integrada e usar todos os meios e ferramentas de comunicação para divulgar as ações dos sindicatos”, defendeu Joaquim Carvalho.
A 12ª Conferência Regional prossegue nesta quinta-feira 6 com o “Seminário sobre Escrituração Contábil e Fiscal sob as regras do eSocial”, conduzido por Valtuir Silveira, assessor e consultor da CUT Brasil. E termina nesta sexta 7 com o painel “Mudanças Estruturais no Trabalho Bancário e os Desafios dos Sindicatos no Novo Contexto”, com palestra de Moisés da Silva Marques, diretor acadêmico da Faculdade 28 de Agosto, do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
O evento termina na sexta com a Assembleia Ordinária anual da Fetec-CUT/CN, que entre outros assuntos discutirá a organização sindical e apreciará o balanço financeiro da Federação em 2018.
Fonte: Fetec-CUT/CN