O Senado selou nesta quinta-feira (12) um dos episódios mais tristes para o Brasil, para a democracia e para os nossos direitos. Usaram a institucionalidade para construir um golpe!
As liberdades democráticas, duramente reconquistadas pelos movimentos sociais, foram novamente transferidas para os mesmos setores golpistas de 1964.
A insegurança, o medo e a desesperança voltaram à vida dos sindicalistas e das pessoas que sempre tiveram compromissos com as causas sociais e populares.
As elites empresariais brasileiras rearticuladas depois de quatro derrotas consecutivas, acumulam neste momento a sua maior capacidade de conspirar. São donos de uma maioria parlamentar fisiológica e conservadora, estão aliados com os ressentimentos das classes médias e contam com a manipulação da opinião pública feita pelo oligopólio da mídia.
Controlam mais de dois terços da Câmara e do Senado e têm maioria absoluta para fazer emendas à Constituição ou qualquer outra mudança de leis que queiram, para beneficiar seus objetivos gananciosos.
Mostraram a que vieram com a apresentação da “Ponte para o Futuro” e na divulgação de um Ministério sem mulheres, sem negros, sem inclusão e sem nenhum representante das camadas desvalidas que precisam de governo. Não vão governar para eles, pois os golpistas têm lado.
Após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, vão fazer as ações necessárias para completar seu plano de sustentabilidade do golpe: neutralizar os candidatos oponentes para garantir 2018, e neutralizar os apoiadores do outro modelo de governo democrático e popular que acabam de derrubar.
A bandeira do combate à corrupção foi levantada como pretexto para angariar apoio popular e poderá desaparecer dos noticiários. Estaremos atentos e denunciaremos os recuos. Não tem volta.
Mentiram para a sociedade que afastando a presidenta todos os problemas do Brasil se resolveriam, a crise seria debelada, o desenvolvimento retomado, os empregos gerados... Não podem deixar agora que os movimentos sociais revelem a sua fraude.
Enfrentaremos as tentativas de criminalizar os movimentos sociais e as tentativas de desacreditar nossas estruturas sindicais que serão feitas pela mídia militante golpista.
Continuaremos. Faremos a “Campanha Nacional dos Bancários” sob o governo ilegítimo de MichelTemer, que terá como marca conjuntural a construção de planos para resolver a recessão econômica combinados com a redução de direitos trabalhistas e sociais.
Defenderemos os nossos salários, os nossos direitos, as empresas públicas e a democracia.
Uma conjuntura de múltiplos desafios onde os golpistas chamarão os trabalhadores para mais um sacrifício. Somente os trabalhadores.
O empresariado nacional já escolheu quem vai pagar o pato!
Vamos enfrentar os bancos neste cenário de instabilidade política, num segundo ano de recessão, numa economia com recuo do PIB e com continuidade do desemprego em alta. Difícil!
Mas a Contraf-CUT acredita nos trabalhadores e nas trabalhadoras do ramo financeiro. Temos a nossa histórica unidade nacional, nossa poderosa mobilização e nossos sindicatos democráticos e preparados para a resistência. Cada Sindicato e cada Federação será um Comitê de Defesa da Democracia, das Empresas Públicas, dos Direitos e Contra o Golpe! Vamos resistir todos juntos. Vai ter luta!
Direção Nacional da Contraf-CUT