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5 de Agosto de 2021 às 14:04

Encontro Nacional do Mercantil do Brasil aprova minuta de reivindicações


Foi realizado nesta quarta-feira (4) o Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Mercantil do Brasil (BMB). O Encontro definiu uma minuta de reivindicações com demandas que um banco como o Mercantil, com boa saúde financeira, já deveria ter atendido. Os funcionários cobram questões básicas como instalação de painéis de acrílico nas agências para preservar bancárias e bancários do contágio da Covid-19, maior valorização das mulheres na carreira, manutenção do emprego e pagamento mínimo no programa próprio de PLR.

“Foi um encontro bastante representativo, com colegas de todo o Brasil. Estamos enfrentando uma conjuntura complicada para os trabalhadores. Em especial para o Mercantil do Brasil, especialmente para os colegas de agências. Tivemos denúncias de assédio moral. Temos receio da Covid-19, com essas agencias cheias, o que deixa em risco tanto os trabalhadores como os próprios clientes do banco. Tratamos também das metas abusivas e os seus impactos na saúde dos trabalhadores”, afirmou Marco Aurélio Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Banco Mercantil do Brasil.

Balanço

O Encontro foi aberto com uma apresentação do balanço do banco, feito pela economista Vivian Machado, técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na subseção da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Foi apresentado o balanço do primeiro trimestre de 2021, no qual o Mercantil apresentou uma alta de 6% nos ativos do banco de março do ano passado ao mesmo mês deste ano, que atingiu R$ 10,7 bilhões. A carteira de crédito cresceu 34% no mesmo período e chegou a R$ 6,8 bilhões.

O lucro foi de R$ 51 milhões, uma alta de 10% em 12 meses e 4% no trimestre. O Índice de Basileia foi de 16,8%. O Índice de Basileia é usado para indicar a proporção entre o dinheiro do banco e o dinheiro que ele deve para outras entidades e pessoas. Sendo assim, ele serve como um dado importante na análise da saúde financeira de uma instituição. “O banco está solvente, com condições de arcar com as obrigações e pagar os credores”, analisou Vivian Machado.

A técnica do Dieese também ressaltou que o Mercantil contratou mais homens do que mulheres em 2020. Foram 401 admissões de bancários e 320 de bancárias, números que minimizam a participação feminina no quadro de funcionários do banco. Outro alerta feito por Vivian Machado é a possibilidade de enxugamento de bancários no BMB diante da compra pelo banco da Domo Digital Tecnologia S.A. Ela lembrou que o Banco Santander também montou uma empresa de tecnologia da informação para transferir trabalhadores para essa empresa, que assim perderiam direitos trabalhistas conquistados pela categoria bancária. Com a compra da Domo, o BMB pode entrar na mesma direção. “Fiquem atentos a isso”, alertou a economista.

Saúde

O secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles, fez uma exposição dos impactos da covid-19 na categoria e as negociações feitas com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para preservar a saúde da categoria com protocolos de segurança e outras medidas para o enfrentamento da pandemia e suas sequelas. O secretário disse que o enfrentamento da Covid-19 pela categoria começou no início da pandemia, quando o Comando Nacional dos Bancários negociou com a Fenaban medidas de proteção e de prevenção. “Conseguimos mais de metade da categoria em home office, higienização, uso de máscara, afastamento de contaminados e até garantia do emprego por um período”, afirmou o secretário. Mauro Salles ressaltou ainda que as medidas preventivas têm que continuar porque a pandemia não terminou e os bancos começam a querem flexibilizar e chamar trabalhadores de volta ao presencial.

O secretário destacou também a luta pela inclusão da categoria bancária como prioridade na vacinação e a negociação com os bancos para um protocolo padrão de procedimentos para prevenção e enfrentamento da Covid-10. Outro destaque do secretário foi para as sequelas dos que adquiriram a Covid-19. “Estudos mostram que mesmo casos leves de Covid-19 há sequelas graves e menos graves. Causa no mínimo cansaço, sonolência, fadiga, problemas de memória, falta de ar, sem falar em problemas renais e cardíacos. Imagina um colega que teve Covid e tem sintomas de perda de memória. Já tivemos casos assim. Nossa categoria lida com isso, tem que estar ligada para dar respostas às exigências profissionais”, afirmou Mauro Salles. O secretário informou que foi feita uma parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) para uma pesquisa com bancários que apresentaram sequelas após o contágio.

 

Fonte: Contraf-CUT


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