Notícias

home » notícias

9 de Agosto de 2023 às 12:10

Cúpula da Amazônia: Sindicato do Pará presente na Marcha dos Povos da Terra


Bem ao lado de 150 mil metros quadrados da Floresta Amazônica literalmente ‘preservada’ no coração da capital paraense, a Marcha dos Povos da Terra pela Amazônia se concentrava para sair em caminhada rumo ao local onde os chefes de Estado dos oitos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) se reuniam para o primeiro dia da Cúpula da Amazônia.

 

“É um momento histórico em que o mundo vira os olhos para a Amazônia em defesa do maior bioma dos seis brasileiros, dos povos tradicionais e originários, que juntos com a sociedade em geral, durante dois dias de Diálogos Amazônicos, finalizaram um documento que foi entregue ao presidente Lula com uma principal reivindicação em comum: políticas públicas, socioeconômicas e ambientais”, explica a vice-presidenta do Sindicato, Vera Paoloni, que também é secretária-geral da CUT-PA.

A Cúpula da Amazônia é uma iniciativa do Governo Federal, e terá a presença dos chefes de Estado dos oitos países da OTCA (Brasil, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname, Peru e Colômbia) com o objetivo de construir uma posição conjunta que será levada à conferência do clima das Nações Unidas, a COP 28, nos Emirados Árabes, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

O governo brasileiro convidou para Cúpula a Guiana Francesa, que não está na OTCA, mas detém territórios amazônicos, além da Indonésia, da República do Congo e da República Democrática do Congo, países com grandes florestas tropicais ainda em pé.

Essa é a quarta vez que presidentes dos países amazônicos se reúnem – a segunda em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa. As três reuniões anteriores foram em Manaus. A primeira, em 1989, para discutir a cooperação para o desenvolvimento e a proteção dos territórios. A segunda, em 1992, em preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92. A última ocorreu em 2009, para tratar sobre mudanças climáticas.

“Estamos aqui hoje na Marcha dos Povos da Amazônia marchando pelas ruas de Belém pra dizer que nós defendemos a Amazônia, nós defendemos os povos originários, nós defendemos uma Amazônia verde, viva, que respeite os nossos seres, os nossos saberes, que respeite o rio Tocantins, que respeite as populações tradicionais que estão aqui há séculos e dizer que nós estamos aqui pra defender sustentabilidade, direitos, direitos das mulheres pescadoras, direitos das mulheres que constroem essa Amazônia. Defender a Amazônia é defender a vida”, afirma a diretora do Sindicato na região sudeste, Heidiany Moreno, que também é secretária de mulheres da CUT-PA.

Defender a Amazônia é também proteger empregos

O Banco da Amazônia é o administrador do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), um programa do Governo Federal que há mais de 30 anos fomenta o desenvolvimento dos sete estados da Região Norte do país, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins; considerando a realidade ambiental. O responsável pelo atendimento do Fundo é o funcionalismo, do qual o Quadro de Apoio (QA) ainda faz parte, mas o banco quer extinguir e demitir em massa.

“Estamos aqui na Marcha da Amazônia para dar toda força e energia para defender a Amazônia, mas também para denunciar, mais uma vez em público, a demissão em massa do Quadro de Apoio do Basa. Estamos juntos, a luta continua firme e forte”, afirma o diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Basa, Sérgio Trindade, que também é membro do QA.

Açaí, fruto que chora

Ao longo do percurso da Marcha, de pouco mais de 5 km, CUT-PA, Fetagri, Contag e Sinpaf Embrapa distribuíram 450 mudas de açaí como forma simbólica de preservação de um dos principais frutos brasileiros cultivado predominantemente na região amazônica.

De acordo com o folclore brasileiro, existia uma tribo indígena muito numerosa na Amazônia. Época que os alimentos estavam escassos, sendo difícil conseguir comida a todos. Então, o cacique Itaki tomou uma decisão cruel. Resolveu que, a partir daquele dia, todas as crianças recém-nascidas seriam sacrificadas, evitando o aumento populacional desta tribo.

Um dia a filha do cacique, chamada Iaçá (Yasa’i) gerou uma menina que também teve que ser sacrificada. Iaçá então desesperada, chorou de saudades várias noites. Ficou vários dias enclausurada em sua oca e pediu a Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar o povo, sem o sacrifício das crianças.

Certa noite, Iaçá ouviu o choro de uma criança e, ao entrar no mato, viu sua filha sentada ao pé de uma palmeira. Ela estendeu os braços e correu em direção à criança, mas o bebê instantaneamente desapareceu no abraço. Inconsolável, Iaçá caiu sobre a palmeira chorando.

No nascer do sol, seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira. Os olhos negros dela estavam voltados para o topo da árvore, onde foram vistos frutos pequenos e escuros, que os homens da comunidade colheram e viram que eles liberavam um suco grosso e nutritivo. Itaki percebeu que foi uma benção de Tupã e batizou a fruta em homenagem a sua filha (só que com as letras ao contrário). A ordem de sacrificar bebês foi encerrada, e o grupo nunca mais passou fome.

 

Fonte: Bancários PA com informações da BBC e Agência Brasil


Notícias Relacionadas