O futuro só será possível com emprego, saúde e melhores condições de trabalho. Com este mote, começou na tarde nesta quinta-feira (5) o Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Itaú-Unibanco, realizado por webinário na plataforma Zoom. Até o final do dia, os trabalhadores debaterão emprego, remuneração, saúde, condições de trabalho e previdência complementar.
“Espero que a gente tire deste encontro ações específicas para os funcionários do Itaú, além de estratégias para lutar contra esse governo genocida, que vem dia a dia atacando o direito dos trabalhadores e claramente governa para poucos, aumentando a fome e o desemprego do país, pensando apenas nos privilegiados”, afirmou Vinicius Assumpção, vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, lembrou que o Itaú está promovendo mudanças radicais que estão afetando diretamente as agências e os trabalhadores. “O princípio de não ter um cargo definido, você ganha o salário, mas pode praticar tudo, passa muita insegurança aos trabalhadores. Isso sem falar dos levantamentos de qual agência funciona e qual não funciona. As que não dão lucro podem ser fechadas. E o trabalhador fica no meio de tudo isso, sem saber o que fazer”, lamentou.
Ivone fez um regate das negociações feitas com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) logo no início da pandemia do coronavírus (Covid-19) que salvou a vida de inúmeros bancários. “Agora chegou a hora de começar a negociar o retorno ao trabalho presencial daqueles que estão em home office. Nós vamos ter que nos mobilizar e lutar muito para colocar as sequelas da Covid como doença do trabalho”, completou Ivone.
Balanço Itaú
A apresentação dos dados do balanço do banco Itaú-Unibanco foi a primeira mesa do trabalho do encontro. “Se o banco repetir o mesmo resultado do primeiro semestre de 2021 no segundo semestre estará muito próximo de ultrapassar o seu maior recorde de lucro, em 2019, de mais de R$ 26 bilhões. Isso num ano todo vivendo numa pandemia”, destacou Cátia Uehara, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ela explicou que um dos motivos que levaram o banco a estar no mesmo patamar de antes de crise, é a diminuição de custos, com o home office e a queda de visitas e viagens.
Outro fator claro para estes resultados são o fechamento de agências e de postos de trabalho. Em 12 meses, 114 agências físicas foram fechadas. No mesmo período, se desconsiderar os trabalhadores de tecnologia e da empresa ZUP, houve uma queda de 1.900 postos de trabalho. “Todos são prejudicados nessa movimentação. Uns ficam desempregados, outros sobrecarregados e os clientes, que são usados como justificativa para essas mudanças, sofrem com a piora no atendimento”, disse Cátia, ao apontar que a relação clientes por empregados era de 642 em 2014, atualmente é de 1001,2.
Fonte: Contraf-CUT