O Sindicato participou nesta quarta-feira (15) do Dia Nacional de Luta dos funcionários do Itaú em protesto contra as demissões, o fechamento de agências, a pressão por resultados e o assédio moral. Em Brasília, o ato foi realizado em frente às agências da 504 Norte e do SIA, que serão fechadas definitivamente.
Os diretores do Sindicato entregaram panfletos e conversaram com a população, esclarecendo que essa política de fechamento de agências, mesmo com os lucros anuais exorbitantes do banco, comprova a ganância dos banqueiros e o seu total descaso com os funcionários, clientes e usuários.
A partir das 11h, foi realizado um tuitaço com a utilização da hashtag #QueVergonhaItaú.
“Exigimos respeito do banco e o cumprimento do acordo feito com o movimento sindical de não demitir sem justo motivo. Em vez de demissão, em função do fechamento de agências, os bancários têm de ser realocados”, esclarece Sandro Oliveira, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú.
Washington da Silva, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, acrescentou: “Além disso, cobramos a reposição de funcionários, uma vez que aqueles que permanecem no banco estão adoecendo pela sobrecarga de trabalho, por pressão por metas e assédio moral”.
“Os protestos vão continuar enquanto o Itaú seguir mandando embora trabalhadores. Não é possível continuar com essa política que gera tanta insatisfação entre os funcionários e que também prejudica toda a clientela”, concluiu Edmilson Lacerda, diretor do Sindicato e bancário do Itaú.
Sobrecarga de trabalho
Dados do Banco Central e das Demonstrações Financeiras do Itaú comprovam o aumento de trabalho dos bancários. No terceiro trimestre de 2016, o banco tinha 67,9 milhões de clientes, número que saltou para 87,5 milhões no terceiro trimestre de 2021. Um aumento de 28,9%. A quantidade de trabalhadores, por sua vez, aumentou apenas 5,5% no mesmo período, passando de 81.737 para 86.195.
Além disso, o Itaú gasta milhões em publicidade, com mensagens de responsabilidade social, mas na realidade demite pais e mães de família às vésperas do Natal, contribuindo para o cenário que mantém mais de 13 milhões de pessoas sem emprego, sendo que o mesmo Itaú que demite lucra bilhões todos os anos, em um cenário de sobrecarga de trabalho e aumento das metas. Em 12 meses, o banco eliminou 6,7 mil postos de trabalho.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília