Os bancários do Itaú realizaram paralisações e manifestações nesta quarta-feira 15 de março nas bases dos sindicatos filiados à Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), para protestar contra as demissões e fechamento de agências na região e contra o assédio moral que impera dentro do banco.
Após as manifestações e aos protestos que vêm ocorrendo em todo o país, a Comissão de Organização do Empregados (COE) do Itaú marcou reunião com o banco nesta quinta-feira 16 para cobrar explicações sobre as recentes demissões e fechamento de agências. O encontro será realizado de maneira presencial, no prédio da CEIC, em São Paulo.
A decisão de fazer o dia regional de luta foi tomada pelos representantes da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa (COE) dos Funcionários em reunião virtual realizada no dia 9 de março, quando também aprovaram outras iniciativas para pressionar o banco, entre elas denunciar as demissões e fechamentos de agência ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Levantamento da COE mostra que houve pelo menos 69 demissões nos últimos meses nas bases dos sindicatos de Brasília, Pará, Mato Grosso, Campo Grande, Rondônia Acre, Amapá, Dourados, Rondonópolis, Médio Araguaia (Sinbama), Roraima e Entorno de Brasília (Sintraf-Ride).
“Os atos de hoje em todas as bases da Federação contra as demissões e fechamento de agências foram muito positivos”, avalia Sandro Soares de Mattos, diretor do Sindicato do Pará e coordenador regional da COE Itaú Unibanco. “Nesta quinta-feira teremos uma mesa de negociação com o banco em que apresentaremos as razões que entendemos porque o banco não deve fazer demissões e fechar agências, porque o atendimento aos clientes e à população será precarizado.”
“Nossa expectativa é que o banco apresente na mesa de negociação uma proposta viável a todos os bancários e bancárias e que principalmente cesse as demissões e o fechamento de agências. Porque entendemos que um banco que apresenta o maior lucro de todo o setor financeiro não pode falar de demissões e fechamento de agências”, critica Sandro.
“Com o lucro exorbitante de R$ 30 bilhões obtido no ano passado é inadmissível o que vem ocorrendo dentro do Itaú em plena epidemia, com demissões de funcionários com 10, 15 e até 20 anos de banco. Exigimos negociação e explicações da empresa”, cobra Washington Henrique da Silva, diretor da Fetec-CUT/CN.
“Outra coisa inaceitável é o assédio moral dentro nos locais de trabalho para obter lucro, o que está causando adoecimentos, afastamentos e até pedidos de demissão por não suportarem mais sequer ver o símbolo do banco”, acrescenta Washington, que também é e representante da Fetec-CUT/CN na coordenação da COE Itaú. “Nas propagandas na TV o banco fala em respeito, só que achamos que é desrespeito. Demissão é desrespeito. Assédio moral é desrespeito. Fechamento de agência é desrespeito.”
Para Natércio Brito, diretor do Sindicato do Mato Grosso, tanto os bancários como os correntistas e usuários sofrem com as arbitrariedades do banco. “Com as demissões, a população sofre com a demora no atendimento e os trabalhadores sofrem com sobrecarga de trabalho e a insegurança de pensar que podem ser demitidos. Isso é resultado da ganância do Itaú que mesmo lucrando 30 bilhões em 2022 continuam desrespeitando os bancários e bancárias com pressões e assédios”.
Janaína Figueiredo, diretora de Comunicação do Sintraf/AP e funcionária do Itaú Unibanco, emenda: “Mesmo com lucro acima de 30 bilhões em 2022 o banco fecha agências, demite trabalhadoras e trabalhadores, sem contar o assédio moral. Com fechamento de mais uma agência em Macapá a demanda só aumenta e os trabalhadores são obrigados a trabalhar sobrecarregados, sem estrutura física na agência receptora. Eles estão trabalhando com medo de desligamento e sobre pressão para cumprir metas. Sem contar com a falta de respeito com a população, que muito contribui para o lucro exorbitante do banco. Chega de fechamento de agências e demissões, queremos mais contratação e fim de assédio moral”.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT e sindicatos da base