No próximo domingo, 20 de novembro, é comemorado o Dia da Consciência Negra. Em mais um ano, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região promove uma campanha para maximizar a reflexão da luta do povo negro.
Com banner nas redes sociais e site de notícias, a ideia do sindicato é chamar atenção de que as pessoas não nascem com preconceito. A frase que consta na arte da campanha é: "Ninguém nasce racista. Consciência se ensina e se aprende”.
“Desta vez, queremos chamar atenção dos bancários e também da população que ninguém nasce racista, mas nos tornamos racismo por tudo que aprendemos na nossa sociedade e em casa. Por isso, precisamos trabalhar ações contra preconceitos e racismo com as nossas crianças”, destaca a presidenta do sindicato, Neide Rodrigues.
De acordo com o censo da categoria bancária de 2019, apesar de serem maioria entre a população brasileira, os negros representam apenas 28,2% e os pardos 24,3% do quadro de funcionários, deles, apenas 4,8% estão nos cargos de diretoria das instituições financeiras.
“O sistema financeiro precisa também ter essa consciência. Mesmo em regiões, como a Bahia por exemplo, onde a maior parte da população é negra, você mal os vê nas agências bancárias. A gente luta por igualdade de oportunidades”, afirma a presidente.
O IBGE divulgou dados do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil que revelam que as pessoas pretas e pardas continuam com menor acesso a emprego, educação, segurança e saneamento. Veja abaixo alguns destaques do estudo:
Em 2021, considerando-se a linha de pobreza monetária proposta pelo Banco Mundial, a proporção de pessoas pobres no país era de 18,6% entre os brancos e praticamente o dobro entre os pretos (34,5%) e entre os pardos (38,4%).
Em 2021, a taxa de desocupação foi de 11,3% para a população branca, 16,5% para a preta e 16,2% para a parda. Já as taxas de subutilização destas populações foram, respectivamente, 22,5%, 32,0% e 33,4%.
Em 2021, a taxa de informalidade da população ocupada era 40,1%, sendo 32,7% para os brancos, 43,4% para os pretos e 47,0% para os pardos.
O rendimento médio dos trabalhadores brancos (R$3.099) superava muito o de pretos (R$1.764) e pardos (R$1.814) em 2021.
Mais da metade (53,8%) dos trabalhadores do país em 2021 eram pretos ou pardos, mas esses grupos, somados, ocupavam apenas 29,5% dos cargos gerenciais, enquanto os brancos ocupavam 69,0% deles.
Pretos e pardos enfrentam maior insegurança de posse da moradia: 20,8% das pessoas pardas e 19,7% das pessoas pretas residentes em domicílios próprios não tinham documentação da propriedade, enquanto a proporção entre as pessoas brancas era praticamente a metade (10,1%).
Segundo o Censo Agro 2017, entre os proprietários de grandes estabelecimentos agropecuários (com mais de 10 mil hectares), 79,1% eram brancos, enquanto apenas 17,4% eram pardos e 1,6% eram pretos.
Em 2020, houve 49,9 mil homicídios no país, ou 23,6 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas brancas, a taxa foi de 11,5 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas pardas, a taxa foi de 34,1 mortes por 100 mil habitantes e, entre as pessoas pretas, foi de 21,9 mortes por 100 mil habitantes.
Nas áreas de graduação presencial com maior número de matrículas em 2020, as maiores proporções de pretos e pardos estavam em pedagogia (11,6% de pretos e 36,2% de pardos) e enfermagem (8,5% de pretos e 35,2% de pardos). Já o curso de medicina tinha apenas 3,2% de matriculados pretos e 21,8% de pardos.
Os dados são do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, que analisa as desigualdades entre brancos, pretos, pardos, amarelos e indígenas em cinco temas: trabalho, distribuição de renda, moradia, educação, violência e representação política.
Por: Comunicação do SEEBCG-MS (com informações da Agência IBGE)