Notícias

home » notícias

25 de Julho de 2021 às 19:27

25 de julho é Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha


Neste domingo 25 de julho é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. E também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, criado em 2014 no governo da presidenta Dilma Roussef para resgatar a memória da heroína “Rainha Negra”, que por duas décadas em meados do século 18 liderou o quilombo de Quariterê, no Vale do Guaporé, no Mato Grosso.

Apesar de corresponder a 53% dos brasileiros, a população negra ainda luta para eliminar desigualdades e discriminações. São cerca de 97 milhões de pessoas e, mesmo sendo a maioria, está sub-representada no Legislativo, Executivo, Judiciário, na mídia e em outras esferas. Em se tratando do gênero, o abismo é ainda maior.

Em 1992 foi realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, que definiu o 25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha.

O encontro reuniu 70 países para tratar dos resultados concretos do racismo estrutural decorrente de processos escravocratas e colonialistas. A data marca a luta internacional por resistência e visibilidade das pautas das mulheres negras. Naquela época, o Brasil foi considerado o país com maior número de feminicídio de mulheres negras entre 25 países analisados.

No Brasil, a data simboliza a história de luta, de sobrevivência e de reconhecimento que vem sendo travada no Brasil pelas mulheres negras pelo menos nos últimos quatro séculos. A mais conhecida forma de resistência durante a escravização são os quilombos, eram organizações políticas de enfrentamento à escravidão.  

Dentre os muitos quilombos que existiram e resistiram, o Quilombo do Quariterê no Mato Grosso tem total relevância para a discussão da data desde domingo, porque foi liderado por Tereza de Benguela. O quilombo contava com aproximadamente 79 pessoas negras e 30 indígenas e resistiu à escravidão por duas décadas, até ser destruído em 1770, quando a população foi brutalmente assassinada ou aprisionada.

Por isso, no Brasil, o dia 25 de julho também marca o Dia da Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Antecipando em 20 anos essa data, a escola de samba Unidos do Viradouro conquistou o terceiro lugar no Carnaval do Rio de Janeiro com o samba-enredo “Tereza de Benguela: uma Rainha Negra no Pantanal”, que tinha os seguintes versos:

No seio de Mato Grosso, a festança começava / Com o parlamento, a rainha negra governava / Índios, caboclos e mestiços, numa civilização / O sangue latino vem na miscigenação

 

Fonte: Fetec-CUT/CN, com LBS Advogados e Portal Geledés


Notícias Relacionadas