Os mais de três séculos de escravidão deixaram marcas profundas nas relações econômicas, sociais, culturais e institucionais do país.
Produziram um racismo estrutural que está impregnado na alma nacional. Um racismo que está escancarado em todas as estruturas. Que desumaniza os negros. Nega-lhes o direito à educação e à cultura. Que os confina nas favelas e periferias desprovidas de toda infra-estrutura. Que os aprisiona nos empregos mal remunerados ou nos índices de desemprego e subemprego.
É o racismo estrutural que aperta o gatilho e provoca o verdadeiro genocídio contra os jovens negros em todo o país.
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Também no sistema financeiro o racismo é explícito. Apenas 24% dos bancários são negros. Que ganham 87% dos salários dos brancos e praticamente têm a ascensão profissional abortada por causa da cor da pele.
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Os bancários lutam há décadas contra o racismo e contra todas as discriminações. Após décadas de lutas, conquistaram cláusula na Convenção Coletiva assegurando a igualdade de oportunidades. Mas o racismo se infiltra pelas brechas e permanece.
“Nossa luta é para que não só os bancos, mas todas as empresas e a sociedade deixem de reproduzir esse racismo estrutural e adotem políticas afirmativas que coloquem fim a qualquer tipo de discriminação e que apontem para a igualdade de oportunidades”, destaca Arílson da Silva, secretário de Relações Políticas e Sindicais da Federação dos Bancários do Centro-Norte Fetec-CUT/CN e diretor da Contraf-CUT.
Combater o racismo estrutural é uma luta permanente e cotidiana. E é uma tarefa de todos. Não apenas dos negros.
Esse é o compromisso dos bancários, que a Fetec-CUT/CN reafirma na Semana da Consciência Negra. Não haverá democracia enquanto houver racismo no Brasil.