O Brasil continua sendo um dos países com mais assassinatos de LGBTs no mundo, e esse triste ranking deve ser destacado neste 17 de maio, Dia Internacional contra a LGBTfobia. Segundo pesquisa publicada pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), foram ao menos 140 assassinatos de pessoas trans no Brasil em 2021, e uma média de 123,8 casos anuais entre 2008 e 2021, além de outras violações de direitos humanos, como a negativa do uso do nome social ou de acesso a espaços públicos.
“O Brasil ocupa o primeiro lugar nesse vergonhoso ranking há alguns anos. E isso coincide com o desmonte, pelo governo Bolsonaro, de toda a política de combate à LGBTfobia, que começou a ser construída em 2003, a partir do primeiro ano do governo Lula”, observa o coordenador do Coletivo LGBT do Sindicado dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Anderson Pirota.
O dirigente cita levantamento feito pelo jornal Nexo, que mostra como, a partir de 2019, o governo Bolsonaro extinguiu recursos, fóruns de discussão e outras ações afirmativas para o público LGBTQIA+.
“A violência contra gays, lésbicas, bissexuais, transexuais não é apenas física, é também moral e psíquica. A população LGBTQIA+ sofre com a constante supressão de direitos humanos mais elementares, direitos essenciais assegurados pelo princípio da dignidade da pessoa humana, consagrado na Constituição Federal de 1988. Esses direitos vêm sendo desrespeitados constantemente com a ascensão do conservadorismo no Palácio do Planalto”, acrescenta.
É por isso que, segundo o dirigente, a luta contra o preconceito e a LGBTfobia se torna ainda mais urgente no país. “O 17 de Maio deve ser um dia de luta e de reflexão sobre qual sociedade queremos. Queremos continuar sendo o país que mais mata pessoas por sua orientação sexual? Com certeza não é este o país em que queremos viver e deixar de herança para a próximas gerações. Por isso temos que dar um basta a essa violência”, reforça o dirigente.
Fonte: SEEB-SP