A 17ª Conferência Regional da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), realizada em Brasília nesta terça-feira 14 e quarta-feira 15 de maio, aprovou as propostas que os bancários de suas bases sindicais levarão aos encontros nacionais dos trabalhadores de bancos privados e públicos e à 25ª Conferência Nacional da categoria, que definirão a pauta de reivindicações da Campanha Nacional de 2024. A Conferência também referendou a indicação dos delegados eleitos nas assembleias e encontros realizados pelos sindicatos filiados.
As principais propostas aprovadas pela Conferência, trazidas das bases sindicais, são aumento real de salários acima a inflação, preservação da saúde e boas condições de trabalho, fim das metas abusivas e de qualquer tipo de assédio, contra as demissões e em defesa do emprego dos bancários e cobrança da responsabilidade socioambiental dos bancos.
“As contribuições oriundas das bases de nossos sindicatos apontam demandas para enfrentar problemas gerais da categoria bancária e particularidades regionais. Acreditamos que as demandas construídas em nossa Confereência agregarão valor fundamental para a minuta dos bancários”, afirma Ricardo Britto, novo presidente da Fetec-CUT/CN, que tomou posse na abertura da 17ª Conferência.
A 26ª Conferência Nacional dos Bancários será realizada em São Paulo nos dias 7, 8 e 9 de junho. Antes, haverá os congressos dos trabalhadores dos bancos públicos, de 4 a 6 de junho, e o Encontro Nacional dos Bancos Privados, no dia 6. Todos na capital paulista.
Após debate gerado a partir da apresentação da diretora da Fetec-CUT/CN e presidenta da CUT Pará, Vera Paoloni, na mesa Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), os delegados e delegadas presentes à Conferência Regional também decidiram incluir uma cláusula na pauta de reivindicações exigindo responsabilidade socioambiental dos bancos para combater o aquecimento global.
A proposta pede que os bancos cortem todo tipo de financiamento a atividades que contribuam para o aquecimento global e incluam em suas políticas de crédito e compliance critérios para concessão de crédito embasados na redução das metas de emissão de gases estufa.
O debate partiu da constatação de que a Fetec-CUT/CN tem o dever de zelar pela preservação do meio ambiente e combater o desmatamento e o aquecimento global principalmente porque sua base territorial engloba os quatro principais biomas do país – Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica.
‘O sistema financeiro é um dos principais responsáveis pela grande mazela ambiental, assim como são responsáveis pelo adoecimento dos bancários”, denunciou Vera Paoloni, que também é vice-presidenta do Sindicato do Pará. “A defesa ferrenha do meio ambiente precisa caminhar lado a lado com a pauta do trabalho decente, saúde e educação dignas, redução da desigualdade de renda e condições saudáveis de vida.”
Almir Araújo, Vera Paoloni e Rodrigo Britto
Os participantes do encontro aprovaram ainda a formação de um Coletivo de Meio Ambiente para articular a discussão e a participação da Federação e dos sindicatos filiados na organização de uma COP dos Trabalhadores paralela à COP 30. O Coletivo será formado por dois representantes de cada sindicato até o dia 24 de maio.
”Precisamos organizar um Coletivo da Fetec para refletir sobre a pauta ambiental e o trabalho decente de forma unificada e construir uma proposta de pauta ambiental para levar para a Conferência Nacional dos Bancários. Queremos também que a Federação seja parceira efetiva da construção do seminário que está sendo organizado pela CUT Pará visando a realização da COP 30 dos Trabalhadores em novembro, em Belém”, acrescentou Vera Paoloni.
A mesa que discutiu a COP 30 foi coordenada pelo presidente do Sindicato de Rondonópolis, Almir Araújo, que tem um longo trabalho em defesa do meio ambiente. Ele pertence ao Grupo Arareau de Pesquisa e Educação Ambiental, que trabalho na recuperação das nascentes do rio Arareau, que nasce no município de Rondonópolis.
“O rio tem mais de 2.200 nascentes. Já recuperamos mais de 60 dessas nascentes, dialogando e envolvendo os moradores na proteção, conscientizando sobre a necessidade de ter água e preservar as nascentes e a vida. Estamos agora numa nova etapa. Nas nascentes que conseguimos recuperar, queremos instalar caixa d’água com placas de energia solar. Estamos buscando parceria para desenvolver esse projeto”, contou Almir.
Fonte: Fetec-CUT/CN