Os bancos apresentaram saldo positivo de 872 empregos em agosto, segundo dados do novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempredados). Foram realizadas 4.262 admissões e 3.390 desligamentos no mês.
O saldo de emprego nos bancos têm sido positivo desde abril deste ano (veja gráfico abaixo). Com isso, o saldo do ano (de janeiro a agosto) foi de novos 1.448 postos de trabalho. Esse resultado foi impactado pela Caixa Econômica Federal, após decisão judicial que determinou a contratação de trabalhadores aprovados no concurso de 2014; e também pela ampliação de postos de trabalho não ligados diretamente aos serviços bancários, como o de profissionais de TI.
No entanto, no acumulado de 12 meses (de agosto de 2020 a agosto deste ano), o saldo do setor bancário é negativo, com a extinção de 9.200 empregos.
Quando analisamos o gráfico acima, notamos que o saldo de empregos nos bancos é negativo até março. E em abril há a criação de 2.185 novas vagas, que é justamente quando a Caixa começa a chamar os concursados de 2014, que foi determinada pela Justiça, em resposta a ação do movimento sindical bancário, por meio da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT).
“Ao analisar os dados do Caged, notamos ainda que os empregos bancários têm crescido mais no estado de São Paulo e, principalmente, na cidade de São Paulo, que é onde estão concentradas as matrizes dos bancos privados. Isso significa que os empregos vêm crescendo fora das agências”, observa a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Rosângela Brito.
A secretária de Comunicação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Marta Soares, destaca que, apesar do saldo positivo no ano, os bancos poderiam contratar muito mais. “Apesar da crise econômica agravada pela pandemia de coronavírus, os bancos continuam lucrando alto. O setor bancário lucrou R$ 67 bilhões só no primeiro semestre, segundo o Banco Central; e os cinco maiores bancos (Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander) lucraram juntos R$ 55 bilhões no semestre, de acordo com seus balanços. Portanto, eles têm todas as condições de fazer jus à sua responsabilidade social, uma vez que os bancos são concessões públicas e deveriam gerar mais empregos no país.”
Os dados do Caged mostram ainda que os setor bancário continua ganhando com a rotatividade, uma vez que o salário mensal médio de um bancário admitido corresponde a 95,1% do salário médio do bancário desligado. Em junho, o salário médio do admitido foi de R$ 5.177,95, enquanto o do desligado foi de R$ 5.442,42.
No setor financeiro, ramo que, além dos bancos, inclui cooperativas de crédito, financeiras e etc., o saldo de empregos foi maior que o dos bancos. Excluindo-se a categoria bancária, o salto do setor foi positivo, com geração de cerca de 49,3 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses. Em agosto, houve abertura de 5.113 novas vagas, resultante de 18.156 contratações contra 13.043 desligamentos.
Dentre as atividades financeiras, as que mais contribuíram para o impacto favorável foram os Crédito Cooperativo, Planos de Saúde, Atividades Auxiliares dos Serviços Financeiros (não bancário).
O emprego formal no Brasil apresentou crescimento em agosto de 2021, registrando saldo de 372.265 postos de trabalho. Esse resultado decorreu de 1.810.434 admissões e de 1.438.169 desligamentos.
No mês, os dados registraram saldo positivo no nível de emprego nos 5 (cinco) Grandes Grupamentos de Atividades Econômicas: Serviços (+180.660 postos); Comércio (+77.769 postos); Indústria geral (+72.694 postos), concentrado na Indústria de Transformação (+69.266 postos); Construção (+32.005 postos); e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (+9.232 postos).
Fonte: SP Bancários