As Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, as centrais sindicais e movimentos sociais e populares saem às ruas de mais de 19 cidades, neste sábado (23), em defesa da democracia e para que o Brasil não retroceda em seu processo democrático. O ato faz referência a uma série de efemérides, entre elas, o aniversário de 60 anos do golpe civil-militar de 1964, no próximo dia 1º de abril (Confira a agenda completa de manifestações confirmadas no final da matéria).
O objetivo da organização é refletir, em uma jornada de mobilização nacional, a voz da sociedade em favor dos valores democráticos e da liberdade e contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário. Nesse sentido, além de exigir “ditadura nunca mais”, os manifestantes também cobram punição aos golpistas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, para que os atos, como esse de 8 de janeiro de 2023, “nunca mais aconteçam”.
O ato do campo progressista marca ainda um mês da manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que aglutinou diversas bandeiras antidemocráticas e pediu anistia aos criminosos do 8 de janeiro. Na cidade de São Paulo, o protesto em prol da democracia está confirmado para este sábado, às 15h, no Largo São Francisco, no centro, em frente a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O local é um palco histórico de atos de resistência desde o golpe de 64 à leitura, em 2022, da Carta pela Democracia, em resposta às ameaças bolsonaristas.
Em Salvador uma grande manifestação também é esperada no Largo do Pelourinho, em horário simultâneo. O secretário-geral da CUT, Renato Zulato, destaca que os atos neste sábado são fundamentais para “mostrar e conversar com a população do porquê o que aconteceu em 8 de janeiro não pode se repetir”. Perseguido na época da ditadura, ele observa que hoje os mais jovens só sabem do retrocesso que foi esse período pelo que é contado da história.
“Nós não podemos estar ameaçados a cada momento por um golpe, porque alguém não concordou com o resultado das urnas, com a eleição de um presidente. Nós não queremos golpe militar nunca mais no Brasil. (…) E uma das nossas bandeiras é o ‘sem anistia’, porque o nosso objetivo é estar sempre defendendo a democracia contra qualquer golpe judicial, midiático, porque esses golpes são para calar a boca do povo. Tem muita gente grande envolvida nisso. Então, nós queremos que essas pessoas, que financiaram o golpe, sejam punidas, porque senão houver punição elas vão tentar de novo”, afirma Zulato.
O ato progressista também afirma solidariedade internacional e preocupação com os direitos humanos, em especial com o genocídio em curso na Palestina promovido pelo governo sionista de Israel. E dá sequência aos protestos do dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e que na último dia 14 homenageou a vereadora Marielle Franco, assassinada há seis anos.
Fonte: Rede Brasil Atual