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4 de Agosto de 2023 às 15:03

Trabalhadores do ramo financeiro aprovam propostas para o Congresso da CUT

Velhos desafios se juntam a outros novos para a classe trabalhadora, em conjuntura política que, apesar de contar com governo progressista, ainda requer combate à ultradireita


A Plenária Nacional do Ramo Financeiro, realizada nesta sexta-feira 4 de agosto em São Paulo, aprovou uma série de propostas que os bancários levarão ao 14º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), que ocorrerá entre os dias 19 e 22 de outubro com o lema “Luta, Direitos e Democracia que Transformam Vidas”. As resoluções envolvem desde ações visando fortalecer a organização sindical para lutar por direitos, propostas para tornar o sistema financeiro mais inclusivo até envolver os bancários nas lutas gerais dos trabalhadores e da sociedade em defesa da democracia e do desenvolvimento econômico sustentável e com distribuição de renda.

“Nesse momento de reconstrução do país, quando a classe trabalhadora entende que a reforma trabalhista precisa ser revista, a categoria bancária nessa plenária propõe para o congresso da nossa central, a CUT, as propostas que entendemos necessárias para a organização dos trabalhadores, inclusive para aqueles que ainda estão fora da legislação que protege os trabalhadores no nosso país”, afirma Cleiton dos Santos Silva, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).

“Portanto, é uma contribuição muito importante que a categoria bancária apresenta para o conjunto da classe trabalhadora que se reunirá em setembro no Concut”, acrescenta.

Veja galeria de fotos da plenária.

Organização fortalece os trabalhadores

"O movimento sindical cutista se tornou forte, historicamente, por causa da organização. As plenárias fazem parte dessa estrutura de organização", destacou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.

"Esse é um momento de organização e também um momento de confraternização, que antecede o 25ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, onde também seguiremos as discussões para definir nossas propostas diante desse momento político, do terceiro governo Lula", destacou o secretário-geral da Contraf, Gustavo Tabatinga.

"Nós vencemos o Bolsonaro, mas ainda não vencemos o bolsonarismo. Portanto ainda temos muito trabalho, debates importantes que precisam acontecer para enfrentar os ataques da extrema direita e para avançar nas pautas da classe trabalhadora", acrescentou a anfitriã da plenária, Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

"A nossa atuação foi importante para eleger Lula, evitar um segundo mandato Bolsonaro. Mas precisamos continuar, melhorar a nossa correlação de forças, inclusive no Congresso Nacional, para avançar nas pautas dos trabalhadores, em pautas que perdemos nos últimos anos, com reforma trabalhista, reforma previdenciária e desmonte do Ministério do Trabalho", pontuou o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles. 

Propostas da plenária

Entre os principais participantes da plenária estiveram os delegados e delegadas inscritos para a 25ª Conferência Nacional dos Bancários, além de convidados especiais que trouxeram suas perspectivas para as discussões em pauta.

As propostas debatidas foram relacionadas aos temas:

•        Contribuição do Ramo Financeiro

•        Sistema financeiro

•        Organização dos trabalhadores

•        Saúde

•        Juventude

•        LGBTQIA+

•        Mulher

•        Antirracismo

Entre os desafios do cenário atual, que ressaltaram durante a discussão das propostas, estão a ampliação de jovens no movimento sindical e superação dos desafios impostos no mercado de trabalho pelo racismo estrutural.

"Alguns eixos prementes, para a juventude e que destacamos na plenária, são avançar em discussões que são de interesse dos jovens, na atualidade, como meio ambiente, questão de gênero e tecnologia, por exemplo", destacou secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bia Garbelini, a Bia.

Em relação às políticas antirracismo, o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, lembrou que as políticas de promoção à igualdade, estabelecidas nos governos passados de Lula e Dilma, sofreram desmonte, em especial, na gestão Bolsonaro, quando ocorreu o inverso: estímulo ao racismo. "A responsabilidade do movimento sindical bancário é buscar uma sociedade justa e igualitária, que extrapola as fronteiras das reivindicações trabalhistas, uma vez que a realidade de violência ela impacta, invariavelmente, no mundo do trabalho", observou.

A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, destacou que, diante dos vários desafios para igualdade de gênero ser alcançada no mercado de trabalho brasileiro, onde as mulheres ainda recebem cerca de 20% menos que os homens, mesmo que, em média, tenham maior grau de escolaridade, o movimento sindical tem papel fundamental no acompanhamento e implementação da Lei da Igualdade Salarial (nº 14.611/2023), de iniciativa do governo Lula e aprovada pelo Congresso Nacional.

Outra questão, abordada como "importantíssima" pela presidenta da Contra-CUT, e que foi incluída nas propostas da plenária é a participação dos trabalhadores em torno do processo de transição econômica que destrói o meio ambiente para uma economia sustentável, "onde temos que incluir o combate à desigualdade", completou Juvandia Moreira.  

Sobre o 14º CONCUT

O 14° CONCUT será realizado entre os dias 19 e 22 de outubro, em São Paulo, quando também acontecerá a celebração dos 40 anos da Central Única dos Trabalhadores. O tema do deste ano é “Luta, direitos e democracia que transformam vidas”.

"É um momento histórico em que passado e presente se encontram apontando para o importante papel que a CUT precisa desempenhar no processo de organização da classe trabalhadora e de reconstrução do país", disse a entidade em nota, se referindo à importância da atuação das entidades sindicais no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Desta forma, todo o processo de Congresso deve espelhar e fazer jus à importância da CUT para os trabalhadores e trabalhadoras e para o Brasil, tanto em número de delegadas e delegados, como também na qualidade das discussões e proposições que devemos apresentar, debater e aprovar. Um congresso massivo e organizado demonstrará a pujança da CUT para a sociedade, os movimentos sociais e a esquerda em geral", completou.

 

Fonte: Contraf-CUT, com Fetec-CUT/CN


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