A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) lamenta com profundo pesar o falecimento nesta quarta-feira 13, no Pará, do trabalhador rural Avelino Ganzer, um dos fundadores da CUT e seu primeiro vice-presidente nacional na década de 1980. O sepultamento será nesta quinta-feira 14 em Murinim, em Benfica (PA), onde morava.
Em seus 75 anos de vida ele atou especialmente na região Norte do país, em defesa de direitos dos trabalhadores rurais e da preservação do meio ambiente. Ele foi uma resistência contra a ditadura militar que o perseguiu e tentou por diversas vezes prendê-lo.
“Avenilo Ganzer foi um dos mais importantes líderes sindicais do país e um exemplo de militância e de coragem para todos nós que atuamos no movimento sindical. Lutou a vida toda na defesa e na organização dos trabalhadores rurais da Amazônia e na preservação da floresta”, lamenta Cleiton dos Santos Silva, presidente da Fetec-CUT/CN.
Avelino, que também ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT), lutava contra um câncer raro e agressivo na medula havia cerca de sete meses e faleceu após sofrer uma parada cardíaca numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Santarém, onde estava internado havia cerca de um mês.
Defensor dos direitos trabalhistas, Avelino Gazer, ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual foi o primeiro vice-presidente nos anos 1980, e o Partido dos Trabalhadores (PT). Sua trajetória de luta inclui resistência à ditadura militar e defesa dos trabalhadores rurais, com especial atuação na região Norte do país.
Nota de pesar da CUT:
A classe trabalhadora perde um de seus maiores líderes: Avelino Ganzer
O colono gaúcho que rompeu fronteiras para lidar com a terra no Pará foi um dos precursores do movimento de luta por direitos que deu origem à CUT, onde foi vice-presidente e organizou os trabalhadores e as trabalhadoras rurais no Departamento Nacional dos Trabalhadores Rurais da CUT (DNTR) e na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Forjado nas lutas pela terra e na concepção libertadora das comunidades eclesiais de base, incansável na defesa dos ideais de justiça, igualdade e solidariedade, sempre teve um olhar de fraternidade e delicadeza, mesmo nas horas mais difíceis e como denominam alguns de seus companheiros “um lutador que soube dar sentido à vida”. Assim foi a trajetória e o sentimento de quem vivenciou lutas e enfrentamentos com Avelino.
Mesmo nos últimos dias, acometido de uma grave doença, emanava serenidade e esperança. E fez uma linda homenagem nos 40 anos da CUT. Em seu texto, a convicção e o sentido de classe que o acompanhou em toda a militância, ecoou forte ao contar do primeiro congresso, de fundação da CUT: ”os trabalhadores rurais do país inteiro e agricultores familiares, em busca de um grande sonho, sair da luta, tipo de uma categoria (trabalhador rural, médico, dentista, metalúrgico, professor da universidade), que é uma coisa corporativa, cada um olhando para seu próprio umbigo, para dar um passo adiante no sentido de compreender que unificar a classe trabalhadora como um todo, respeitando a particularidade de cada categoria e ao mesmo tempo buscando construir diversidade de categorias da classe trabalhadora era o melhor caminho”.
Perdemos um lutador, um formador, um organizador e um grande estrategista. Uma das maiores lideranças que o movimento sindical cutista teve. Nesse momento de perda e dor, a CUT reverencia a jornada de Avelino Ganzer e seu legado e envia os sinceros pêsames para a família e a comunidade em que viveu suas lutas e seus últimos dias.
Executiva Nacional da CUT
13 de dezembro de 2023
Fonte: Fetec-CUT/CN, com CUT Naciona