Os 40 anos da Central Única dos Trabalhadores foram homenageados na manhã desta segunda-feira (28), na Câmara Federal. A sessão solene, de iniciativa do deputado Vicentinho (PT-SP), contou com a participação da classe trabalhadora, que lotou o plenário Ulysses Guimarães. O espaço, negado ao povo brasileiro nos últimos seis anos, recebeu lideranças sindicais, movimentos sociais, dirigentes atuais e históricos da maior Central Sindical da América Latina.
Metalúrgico do ABC e presidente nacional da CUT desde 2019, Sérgio Nobre enalteceu o legado dos líderes que vieram antes dele. “Assumi a Central com Bolsonaro na presidência e logo depois veio a pandemia”, lembrou. Para o sindicalista, nesses últimos 40 anos a classe trabalhadora viveu momentos difíceis, mas também vitórias históricas.
Por fim, Nobre homenageou “aos heróis anônimos da construção da CUT”, que são os milhares de trabalhadoras e trabalhadores que construíram e constroem a história da Central.
Veja aqui a íntegra do discurso do presidente da CUT, Sérgio Nobre
O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, afirmou que a Central é “a mais bela organização da classe trabalhadora, que insiste em ter direitos, em se organizar”. O líder lembrou a importância da Central na resistência que foi necessária nos últimos anos, depois da ruptura democrática causada pelo golpe contra a presidenta Dilma.
“A CUT nasceu na defesa da democracia e estará nas ruas junto com cada um dos nossos sindicatos, defendendo as pautas das categorias, os trabalhadores, a democracia, lutando por um Brasil melhor”, garantiu Rodrigo.
Rodrigues ainda saudou aquelas e aqueles que construíram a história da Central e entregou placas de homenagem a cada uma e a cada um que presidiu a entidade e estava na sessão solene.
Na ocasião, foi transmitido um vídeo institucional da CUT Brasil dos 40 anos, que destacou as conquistas da Central Sindical ao longo dos últimos 40 anos, como a redução da jornada de trabalho, a valorização do salário mínimo, as lutas pelo impeachment de Collor e pelas Diretas Já.
Um dos fundadores da CUT, Jair Meneguelli, que presidiu a Central de 1983 a 1994, emocionou-se ao lembrar momentos importantes dessa trajetória de sonhos e lutas. “Reunimos em São Bernardo do Campo mais de 5 mil trabalhadores da cidade e do campo, de todas as partes do Brasil, de camisa de linho e chinelo”, relatou Meneguelli sobre a primeira Convenção da Classe Trabalhadora - Conclat, que seria a semente da fundação da CUT.
“O sindicalismo não é apenas um movimento reivindicatório, somos entes políticos no país”, disse Jair Meneguelli, que ainda citou algumas conquistas que tiveram a participação da Central, como a Constituição Cidadã e a redução da jornada de trabalho. Sobre essa última conquista, destacou o impacto que a mesma teve na vida das trabalhadoras e trabalhadores. “Significava saúde, tempo para estudar, tempo para ficar com a família, mais empregos nas indústrias. Quando reduzimos de 48 para 44 horas, só em São Bernardo do Campo e Diadema aumentou mais de 10 mil trabalhadores”, afirmou.
Representante do ramo do Comércio e Serviços, Geralda Godinho lembrou as lutas da classe trabalhadora e de sua categoria na década de 1980, e como os comerciários desde antes de filiar-se à CUT participavam das atividades da Central. “A CUT sempre esteve do lado certo da história, formando e conscientizando a classe trabalhadora. Nós temos muito orgulho e alegria de fazer parte dessa entidade”, afirmou.
Mais comemorações
Além da homenagem na Casa Legislativa, a data que marca o aniversário da CUT reserva ainda importante marcos para a classe trabalhadora, como a assinatura da Lei do reajuste acima da inflação, a assinatura do pacto pelo trabalho decente na cafeicultura do Brasil e instalação da Comissão Nacional de Trabalhadores Assalariados Rurais.
A Câmara Legislativa do DF também vai homenagear o aniversário da CUT. A sessão vai acontecer na Casa na próxima segunda-feira (4), a partir das 19h.
Fonte: CUT Brasil, por Maria Marina