Nesta quarta-feira, 28 de agosto, a maior central sindical da América Latina, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), celebra 41 anos de existência. Fundada em 1983, a CUT nasceu em um período crucial para a redemocratização do Brasil, consolidando-se como uma das principais vozes na defesa dos direitos dos trabalhadores.
A CUT foi criada durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT), realizado em São Bernardo do Campo, São Paulo. O evento reuniu mais de cinco mil trabalhadores de diversas regiões do Brasil, marcando um momento decisivo na história sindical brasileira. Desde então, a CUT tem se mantido firme na luta pelo fortalecimento da democracia, pelo desenvolvimento com distribuição de renda e pela valorização do trabalho.
O papel dos bancários na construção da CUT foi fundamental, assim como o apoio de diversas outras categorias profissionais que se uniram para garantir a representação organizada dos trabalhadores na política nacional. A Central se tornou um instrumento de luta, em busca de garantir que as vozes dos trabalhadores fossem ouvidas e respeitadas.
Nesses 41 anos de existência, a entidade foi marcada por inúmeras mobilizações e lutas em defesa dos trabalhadores: como greves por todo o Brasil por reajustes salariais, garantias no emprego e contra demissões e trabalhos precarizados; campanhas por trabalho, terra, moradia, salário, previdência pública e caravanas em defesa da democracia, entre tantas outras. Para garantir o estado democrático de direito, a CUT esteve, por exemplo, no movimento “Diretas Já” que começou a tirar o Brasil das garras da ditadura militar. Esteve, também, junto à população brasileira, nos atos que pediram o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, protestou contra as medidas econômicas neoliberais de FHC, contra a reforma trabalhista do presidente Michel Temer e contra as destruições sociais macabras do último governo de extrema direita.
Esses só são alguns dos exemplos das infinidades de ações em que a entidade marcou presença durante essas mais de quatro décadas de existência. Além de seu compromisso histórico com a classe trabalhadora, a CUT também se mantém atenta aos desafios atuais que afetam o Brasil. Em 2024, a entidade, junto ao movimento sindical bancário, está na linha de frente da luta contra a alta da Selic, a taxa de juros oficial do país. Desde que o Banco Central se tornou independente, no governo anterior, e passou a ser comandado pelo neoliberal Roberto Campos Neto, a taxa de juros no Brasil se manteve entre as mais altas do mundo, apesar do controle da inflação e dos bons resultados econômicos recentes.
“Nós temos um ditado no sindicato que diz assim, a CUT somos nós, nossa força, nossa voz. Porque é isso, em todas as lutas da classe trabalhadora, nos últimos 41 anos, a CUT esteve presente. E a CUT é uma instituição que tem trabalhadores do campo, da cidade, do setor privado, do setor público, de todo esse Brasil. Das grandes capitais, dos interiores, tem o agricultor familiar. Nós temos o trabalhador rural, nós temos o trabalhador da cidade, o servidor público, o trabalhador da educação, da saúde. Ou seja, aquele trabalhador que está na vida do povo brasileiro, na vida da população, ajudando, auxiliando, e todas as lutas que são importantes para a vida desses trabalhadores são a luta da CUT. Parabéns CUT, parabéns à nossa central única dos trabalhadores e das trabalhadoras!”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.