Qual é o papel dos trabalhadores, por meio das entidades organizadas, para que o mundo consiga sair de uma economia poluente para uma economia sustentável e com a garantia de trabalho digno? Esse é o tema central do seminário “Impactos e Desafios para uma Transição Justa e Desenvolvimento Sustentável”, que a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) realizará no dia 8 de maio, das 9h às 17h30.
O evento é voltado para dirigentes sindicais bancários e será no formato híbrido, ou seja, poderá ser acompanhado online ou de forma presencial, na sede da entidade (rua Líbero Badaró, 158, 1º andar – Centro Histórico de São Paulo).
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A programação reunirá palestrantes brasileiros e de outros países, com tradução simultânea, para um balanço mais próximo do cenário da crise climática e das medidas para transição justa, que estão sendo ou podem ser tomadas na América Latina e Europa.
“A saída para a crise climática, que estamos enfrentando, e que é sem precedentes na história, só será possível com a articulação entre governo, sociedade e entidades organizadas. Não podemos mais aceitar o modelo capitalista e explorador que, além de provocar desemprego, pobreza e fome, causa danos permanentes para o planeta e para a nossa sobrevivência”, destaca a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa.
A secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Elaine Cutis, completa que o movimento sindical de trabalhadores, em âmbito mundial, alerta sobre o tema desde a década de 1990. “Desde então, levantamos a bandeira da transição justa, que é a construção de um modelo econômico seguro para a sobrevivência da humanidade, das espécies animais e vegetais, ao mesmo tempo garantindo emprego digno e fim das desigualdades tão aprofundadas e que resultam em misérias”.
O movimento sindical avalia que a humanidade possui condições tecnológicas e políticas suficientes para a transição justa, mas é preciso que a sociedade entenda e abrace o tema para pressionar os órgãos de decisão. “Não conseguimos avançar porque setores produtivos ainda se beneficiam com esse sistema, com esse modelo capitalista poluidor e exploratório. Então, é preciso mecanismos políticos, via taxação, por exemplo, para que eles sejam responsabilizados e pressionados para a mudança”, pontua Rita Berlofa.
A seguir, a programação completa.
Seminário – Impactos e Desafios para uma Transição Justa e Desenvolvimento Sustentável
Data – 08/05/2024
Formato híbrido
Horário das 9h às 17h30
Manhã
9h – Abertura
Juvandia Moreira – Presidenta da Contraf-CUT
9h30 – 1ª Mesa – Participação via Zoom
Ben Richards – Assessor Político da UNI Global Union
– Solidariedade internacional e colaboração sindical: Abordar a importância da solidariedade internacional entre os sindicatos para enfrentar os desafios da transição justa.
Discutir a colaboração sindical em níveis regional e global, compartilhando experiências, melhores práticas e estratégias para a defesa dos direitos dos trabalhadores durante a transição.
– O papel do setor financeiro na transição justa: Como os bancos e instituições financeiras podem contribuir para uma transição justa para uma economia mais sustentável?
10h10 às 10h40 – Intervenções e considerações finais
10h40 às 11h20 – 2ª Mesa – Participação via Zoom
Natália Carrau – Licenciada em Ciência Política, integrante da Redes – Amigos da Terra – Uruguai. Fez parte da equipe da CSA e atualmente colabora com o sindicalismo regional;
– A visão de transição justa a partir da classe trabalhadora nas Américas. A captura corporativa da transição justa, o papel das empresas transnacionais, propostas dos trabalhadores para criação de emprego e defesa dos direitos fundamentais do trabalho em um marco de transição justa.
11h20 às 11h30 – Intervalo
11h30 às 12h10 – 3ª Mesa – Participação via Zoom
Juan Martin Sánchez – Federação Única de Viajantes da Argentina (FUVA), Diretor de Trabalho e Ambiente do Instituto do Mundo do Trabalho da Universidad Nacional Tres de Febrero (UNTREF).
– Diálogo social e negociação coletiva no setor financeiro: como envolver os sindicatos na definição de políticas e práticas sustentáveis;
– Experiências sindicais na promoção da transição justa no setor financeiro: estudos de caso e melhores práticas;
– Alianças e parcerias entre sindicatos e instituições financeiras: colaboração para promover a transição justa e garantir a proteção dos trabalhadores.
12h10 às 13h – Intervenções e considerações finais
13h às 14h – Intervalo para almoço
Tarde – Presencial
14h às 14h40 – 4ª Mesa
Nelson Karam – Economista, coordenador de estudos e pesquisas sobre Trabalho e Meio Ambiente do Dieese
– Formação e capacitação dos trabalhadores: explorar a necessidade de investir em formação e capacitação dos trabalhadores para que possam se adaptar às mudanças tecnológicas e às novas demandas da economia sustentável. Discutir o papel dos sindicatos na promoção do acesso a programas de formação e na defesa da qualificação profissional dos trabalhadores;
– Políticas e regulamentações para a transição justa no setor financeiro: como garantir que os investimentos sejam social e ambientalmente responsáveis.
14h45 às 15h25 – 5ª Mesa
Daniel Gaio – secretário de Meio Ambiente da CUT Nacional
– Visão cutista e propostas para a classe trabalhadora
15h30 às 15h45 – Intervalo
15h45 às 16h25 – 6ª Mesa
Renata Belzunces dos Santos – Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Integração da América Latina na Universidade de São Paulo (PROLAM-USP). No Dieese desde 2007, atua também em projetos que relacionam trabalho, sindicatos e meio ambiente.
– Diálogo social e negociação coletiva na transição justa: abordar a importância do diálogo social entre sindicatos, empregadores e governos na definição de políticas de transição justa. Discutir a inclusão da transição justa nas negociações coletivas e como os sindicatos podem garantir a proteção dos direitos trabalhistas durante a transição.
16h25 às 17h10 – Intervenções
17h10 às 17h30 – Considerações finais
Fonte: Contraf-CUT