As trabalhadoras e trabalhadores foram às ruas em várias capitais do país nesta terça-feira exigir que o Banco Central reduza a taxa básica de juros (Selic) de 13,5%, de longe a mais alta do mundo, que paralisa a economia e impede o crescimento do país. Os bancários e bancárias da base da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participaram dos atos convocados pela CUT, demais pelas centrais sindicais e movimentos sociais para coincidir com o início da reunião do Copom (Conselho de Política Monetária), que vai decidir nesta quarta 22 se mantém, reduz ou aumenta a taxa de juros.

As manifestações foram realizadas principalmente na sede do Banco Central em Brasília e nas subsedes espalhadas por várias capitais do país. Além da CUT, coordenaram o dia nacional de luta a Força Sindical, CTB, UGT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical, A Pública e movimentos sociais como o Povo sem Medo e Frente Brasil Popular. 

“Os juros praticados no Brasil há anos impedem o desenvolvimento social, a produção, a geração de emprego e, consequentemente, diminui as condições de gerar renda para o país. Por isso nós exigimos juros baixos já”, defendeu Cleiton dos Santos Silva, presidente da Fetec-CUT/CN e secretário-geral do SEEB-RO, que participou de manifestação convocada pelo Sindicato de Rondônia em frente à sede do governo estadual em Porto Velho. Veja mais aqui no vídeo.

Ato em frente à sede do Banco Central em Brasília 

‘Vencemos a eleição para mudar a economia’

“Estamos com atos hoje em nove estados e no Distrito Federal, contra essa política do Banco Central de manter a Selic muito alta. Não existe outro país com taxa tão elevada, porque inibe o investimento produtivo e estimula o rentismo. Como estamos, o Brasil continua perdendo emprego e renda. Para mudar a política econômica, tem que mudar o presidente do Banco Central, que está promovendo a recessão. Nós queremos a economia forte, gerando emprego e renda para todos os trabalhadores. Juros altos é sabotagem”, declarou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT Nacional.

Juvandia participou do ato em São Paulo, em frente à sede do Bacen na avenida Paulista. Lá também esteve o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre. Ele disse: “Campos Neto é um sabotador do nosso país. Por isso, nós queremos dar o recado aqui: esses caras que estão reunidos nesse conselho monetário [Copom], dizem que são independentes, mas eles foram capturados pelo sistema financeiro”.

“É tudo banqueiro e nós queremos fazer parte desse conselho junto com o povo que produz. Não pode ser apenas banqueiros mexendo na taxa de juros”, acrescentou Sérgio Nobre. “A visão de Brasil deles e a economia deles foram derrotadas em outubro. E [eles] têm que ter vergonha na cara, pegar o boné e ir embora. Fora Campos Neto, sanguessuga da classe trabalhadora.”

Manifestação na sede do Bacen em Belém 

Os atos também reivindicam a democratização do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), órgão que julga processos administrativos de grandes devedores e, em geral, beneficia as empresas sonegadoras porque a maioria dos conselheiros é empresário. Leia aqui e saiba o que faz o Carf. http://feteccn.com.br/contra-os-juros-altos/saiba-o-que-e-carf-o-que-voce-tem-a-ver-com-isso-e-por-que-o-conselho-precisa-mudar/

Protesto em Porto Velho

#JurosBaixosJá

Não foram só as ruas que foram ocupadas para exigir a queda da taxa básica de juros (Selic) praticada pelo BC. Desde as primeiras horas da manhã, várias postagens no Twitter começaram a subir a hashtag #JurosBaixosJá, que alcançou o quarto lugar entre as mais comentadas no Brasil, nesta terça-feira.

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21 de março, Dia de Luta – Todes nas ruas por juros baixos

Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT e CUT Nacional