Na sede do Banco Central (BC), o Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se para a oitava e última reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic, nesta terça-feira (12). Em Belém e várias cidades do país, centrais, entidades sindicais e movimentos sociais foram mais uma vez às ruas contra a alta taxa de juros que hoje está em 12,25% ao ano.
“Nós também temos hoje um Dia Nacional de Luta nas redes pela baixa dos juros, porque o mercado financeiro está por trás de grandes decisões como essa. Hoje as empresas privadas abocanham os setores que são originalmente feitos por servidores públicos, por empresas públicas e investem na Bolsa. O Banco Central tem jogado um papel grande na recessão da economia do país, mantendo os juros nas alturas; e nós como categoria bancária temos levantado esse tema da redução da taxa de juros para gerar emprego, para ter investimento no setor produtivo, para que a gente possa pagar menos juros no cartão de crédito; menos juros para ter acesso ao crédito e aos serviços bancários. Isso é importante para toda população brasileira também que está endividada”, destaca a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.
A Selic é sempre definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. A cada 45 dias, o presidente e diretores do Copom se reúnem com a finalidade de rever a meta da taxa Selic. São dois dias de discussões e análise do cenário econômico do Brasil.
No encontro do Copom, que termina amanhã (13), a expectativa é que o órgão reduza a taxa dos atuais 12,25% ao ano para 11,75% ao ano, segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do BC com analistas de mercado.
Selic alta significa menor oferta de crédito, redução do consumo e diminuição dos investimentos empresariais. A elevação da taxa também diminui o acesso da população a empréstimos e dificulta os financiamentos. O índice alto beneficia apenas quem investe em renda fixa e no mercado financeiro.
Porém, infelizmente, a alta torna-se necessária para controlar a inflação. Isso porque a inflação é impulsionada pelo consumo. Então, a lógica é a seguinte: consumo menor é igual a inflação baixa. Consumo alto significa inflação elevada.
Também nesta terça-feira, dia de sessão na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), uma das pautas, em caráter de urgência, seria a votação da desestatização da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa); mas após reunião entre o presidente da Casa, Francisco Melo – Chicão (MDB) e parlamentares de esquerda com entidades sindicais e movimentos sociais, o tema foi transferido para a próxima segunda-feira (18); prazo para que seja organizada a comissão contrária ao Projeto de Lei e assim apresentadas emendas à proposta a ser votada.
“A Cosanpa precisa de investimento, competência na gestão e compromisso com o serviço público e essencial. A empresa não precisa ser privatizada. Sabemos que privatização resulta em aumento da conta de água e precarização do serviço”, diz o documento da Frente contra a Privatização do Saneamento no Pará distribuído durante a manifestação de hoje em frente à Alepa.
A entidade exige a realização de audiências públicas para que a população em geral possa ter conhecimento do Projeto de Lei e os impactos dele na oferta do serviço e também no valor da conta.
“A luta é conjunta, o Sindicato dos Bancários, o Sindicato dos Urbanitários, a CUT Pará, todos os movimentos estão na mesma vibe lutando contra a taxa de juros alta e querendo barrar a privatização da Cosanpa; as duas coisas elas são absolutamente danosas para população e para sociedade como um todo; então não à privatização da Cosanpa e não à taxa de juros altas”, afirma a vice-presidenta do Sindicato, Vera Paoloni, que também é presidenta da CUT-PA.
Fonte: Bancários PA com agências de notícias