Elis Regina Camelo Silva
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data significativa que busca promover a reflexão sobre a história, a cultura e a luta da população negra no Brasil. Comemorando a resistência e o legado de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, essa data nos convida a reconhecer as contribuições da cultura afro-brasileira e a confrontar os desafios persistentes enfrentados pela comunidade negra, que incluem racismo, desigualdade social e falta de acesso a oportunidades.
Em paralelo a essa importante comemoração, os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, que ocorrem anualmente de 20 de novembro a 10 de dezembro, visam mobilizar a sociedade para a luta contra a violência de gênero.
Essa campanha destaca a necessidade urgente de discutir e combater as diversas formas de violência enfrentadas pelas mulheres, que são multiplicadas pelo racismo e pela desigualdade econômica. Muitas mulheres negras são particularmente vulneráveis a esses tipos de violência, tanto por fatores históricos quanto por questões sociais contemporâneas.
Essas duas datas se interligam, trazendo à tona a necessidade de uma abordagem interseccional na luta por justiça, igualdade de direitos e oportunidades. É fundamental reconhecer que as mulheres negras enfrentam não apenas o machismo, mas também o racismo, em um contexto em que ambas as opressões se entrelaçam e se amplificam.
Portanto, a luta contra a violência de gênero deve ser inclusiva e considerar as especificidades e as vozes das mulheres negras.
Esses dias de conscientização são uma oportunidade para promover diálogos, educação e ações que combatam tanto a violência e o racismo quanto a desigualdade de gênero, lado a lado. É um chamado à sociedade para que cada um de nós faça sua parte na construção de um espaço mais justo e igualitário, onde todos possam viver com dignidade e respeito, independentemente de sua cor ou gênero.
Por meio da conscientização e da ação coletiva, é possível como sociedade promover mudanças significativas e duradouras na luta contra a violência e a discriminação.
Elis Regina Camelo Silva é secretária da Mulher da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN)