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7 de Março de 2023 às 08:00

Violência matou mais de uma mulher por dia em 2022, diz estudo


CUT Brasil
André Accarini

Um levantamento publicado nesta segunda-feira (6), mostra o crescimento da violência contra a mulher brasileira nos últimos anos. Realizado em sete estados, o estudo “Elas Vivem: dados que não se calam”, baseado em dados Rede de Observatórios da Segurança, aponta que a cada dia do ano passado houve pelo menos uma morte por feminicídio nesses estados.

Ao todo, 495 mulheres foram assassinadas e 2.423 foram vítimas de violência na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. A cada quatro horas, uma mulher desses estados sofreu algum tipo de violência.

Na maior parte dos casos - 75% - o agressor é o próprio companheiro da vítima ou os ex-companheiros.

Ranking da violência

De acordo com o estudo, o estado de São Paulo lidera o número de casos. Foram 898 vítimas de algum tipo de violência, um a cada dez horas.  Pernambuco aparece em segundo lugar, com um total de 225 casos de violência. O estado também é líder em assassinatos de pessoas trans.

Já a Bahia lidera no número de mortes, com um total de 91 assassinatos de mulheres. No Rio de Janeiro, o número de casos aumentou 45% em relação ao ano anterior. O levantamento mostra um caso de violência a cada 17 horas.

Veja os totais de casos de violência, que incluem as agressões e os assassinatos:

  • São Paulo: 898 casos (58%)
  • Rio de Janeiro: 545 casos (22%)
  • Bahia: 316 (13%)
  • Pernambuco: 225 casos (9%)
  • Maranhão: 165 casos (6%)
  • Ceará: 161 casos (6%)
  • Piauí: 113 (4%)

Quem é o agressor

Na maior parte dos registros localizados nos sete estados, o agressor é o companheiro ou ex-companheiro das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento. Mas tem outros familiares listados como agressores, entre eles, os irmãos.

Formas de violência contra a mulher

O estudo mostrou que a agressão física foi a causa de 987 dos casos de violência contra a mulher, ou seja, a maior parte. Outros 282 casos se deram por meio de violência sexual e estupro, 216 foram violência verbal e 145 por cárcere privado e tortura.

As diversas faces da violência incluem, além das agressões físicas, praticadas na grande maioria das vezes por seus parceiros, a violência psicológica como o assédio moral, a violência dada pela discriminação e pela desigualdade nos mais diversos espaços, inclusive o mercado de trabalho e pela violência patrimonial, situação em que agressor age para violar a independência da mulher.

Outro estudo

Uma outra pesquisa, realizada pelo Datafolha e pelo Fórum Nacional de Segurança Pública mostra que, em todo o Brasil, 699 mulheres morreram vítimas de feminicídio somente no primeiro semestre de 2022.

O índice é 10,8% maior que no mesmo período de 2019, primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL)

Veja mais dados: No dia internacional da mulher, luta contra a violência é pauta prioritária

Dia 8 de Março, dia de alertar contra essa violência

No Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, a CUT, centrais e movimentos de mulheres farão atos em diversas cidades do país. Veja abaixo a relação de locais.

Além disso, o governo federal, por meio do Ministério da Mulher, deverá lançar um conjunto de medidas de proteção à mulher que envolverá todos os ministérios e que se refere à luta contra a violência e pela igualdade de gêneros em todos os espaços da sociedade, inclusive o mercado de trabalho. O evento está previsto para às 11h, no Palácio do Planalto, com a presença de ministros e várias lideranças femininas.


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