Dentro e fora do mundo do trabalho, as mulheres continuam sendo expostas a uma série de violências oriundas do preconceito de gênero. Os números assustam. Segundo dados oficiais do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), até março deste ano já tinham sido registrados 584 feminicídios nas delegacias do país. No ano passado, mais de 500 mil mulheres precisaram recorrer a medidas protetivas de urgência.
Para compreender melhor a perpetuação das violências de gênero e seus impactos em nossa sociedade, a CUT-DF realiza, no dia 24/11, o seminário: “Violências e realidades das mulheres no mundo do trabalho”. A atividade vai contar com a presença de sindicalistas e ativistas pelos direitos das mulheres para debater a temática e expor as possibilidades de enfrentamento.
O evento faz parte da campanha 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, realizada anualmente pela CUT e por diversas outras entidades e órgãos públicos. Presente em mais de 150 países, a campanha começa, no Brasil, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e vai até o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro.
“Embora o 8 de março seja uma data mais difundida, na campanha dos 21 dias pelo fim da violência contra as mulheres temos a chance de fazer um debate mais aprofundado na sociedade sobre os temas do nosso interesse. É uma oportunidade de pensar sobre as mulheres na sociedade, os papéis e as opressões impostas ao longo dos anos. Para a CUT, é extremamente necessária a participação dos sindicatos do DF e do Entorno, para garantir a representatividade de vários segmentos e também aumentar a potência de nossas vozes enquanto trabalhadoras”, afirma a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, Thaísa Magalhães.
Conheça as palestrantes
O seminário “Violências e realidades das mulheres no mundo do trabalho” vai receber, no auditório da CUT-DF, cinco ativistas pelos direitos das trabalhadoras. De diferentes categorias, formações e práticas políticas, as colaboradoras vão enriquecer o debate com dados, relatos, análises e ações voltadas à equidade de gênero e à erradicação das violações contra as mulheres dentro e fora do ambiente laboral.
Cínthia Nolaço é arquiteta e urbanista, com especialização em Patrimônio e Restauro pela PUC Minas. Com experiência em projetos arquitetônicos, gestão de facilities e pesquisa em acervos públicos, seu trabalho foca no direito à cidade com uma abordagem interseccional. Atua em projetos de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS) em Brasília e é fundadora do Terra Vermelha Arquitetura Popular, premiado por seu compromisso com ações urbanas e projetos habitacionais inclusivos e acessíveis.
Lucci Laporta é assistente social e assessora para políticas de gênero e sexualidade no Gabinete 24 – mandato do deputado distrital Fábio Felix. É militante transfeminista organizada no coletivo Juntas! e colunista no jornal Brasil de Fato DF.
Amanda Corcino é secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, secretária de Formação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect) e presidenta do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no DF (Sintect/DF).
Fabíola Antezana é diretora da CUT-DF, vice-presidente institucional da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), coordenadora do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e secretária de Políticas Externas do Sindicato dos Urbanitários do DF (STIU/DF).
Alessandra Farias é dirigente estadual do MST, advogada popular pós-graduada em Direito Agrário e membra da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos.
Fonte: CUT-DF