Caroline Vargas Barbosa
Você conhece os termos hepeating, gaslighting, mansplaining, manterrupting, bropriating, manspreading e body shaming?
Para combater essas práticas machistas no ambiente de trabalho, é fundamental promover uma cultura de respeito, igualdade e inclusão. Isso pode ser alcançado através de treinamentos de sensibilização de gênero, políticas de tolerância zero para comportamentos sexistas e incentivo à participação igualitária de todas as pessoas nas discussões e decisões profissionais. Conheça os termos:
Gaslighting
Essa forma de manipulação psicológica pode ser especialmente prejudicial no local de trabalho. Quando uma mulher é levada a duvidar de sua própria percepção e realidade, isso pode minar sua confiança e autoestima. Para evitar o gaslighting, é importante promover uma cultura de respeito e apoio mútuo no ambiente de trabalho. Encorajar a comunicação aberta e honesta, bem como oferecer recursos de apoio psicológico, pode ajudar a combater essa prática.
Mansplaining
O hábito de homens explicarem coisas óbvias para mulheres, presumindo que elas não entendem, é profundamente desrespeitoso e pode resultar na diminuição da autoconfiança das mulheres. Para evitar o mansplaining, é importante promover a conscientização sobre o respeito mútuo e valorizar os conhecimentos e experiências de todas as pessoas no local de trabalho. Oferecer treinamentos sobre igualdade de gênero e incentivar uma cultura de escuta ativa e empatia também são medidas eficazes.
Manterrupting
Interrupções constantes durante a fala de uma mulher podem silenciá-la e inibir sua capacidade de expressar suas ideias e opiniões livremente. Para evitar o manterrupting, é essencial promover normas de comunicação inclusivas e respeitosas no ambiente de trabalho. Isso pode incluir a implementação de políticas que garantam que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas durante reuniões e discussões.
Bropriating
A apropriação indébita do trabalho e conquistas das mulheres por homens é uma prática injusta que perpetua a marginalização das mulheres no mercado de trabalho. Para evitar o bropriating, é importante reconhecer e valorizar as contribuições das mulheres de forma justa e equitativa. Isso pode incluir a implementação de políticas de reconhecimento e promoção que garantam o crédito adequado às mulheres por seu trabalho e realizações.
Manspreading
Manspreading é o comportamento em que homens ocupam excessivamente o espaço físico em ambientes compartilhados, como salas de reunião ou transporte público, muitas vezes espalhando as pernas de forma a ocupar mais assentos do que o necessário. Embora possa parecer trivial, o manspreading pode tornar as mulheres desconfortáveis e dificultar seu acesso igualitário a recursos e oportunidades. Para evitar o manspreading, é importante promover a conscientização sobre o respeito ao espaço pessoal e físico de todos no ambiente de trabalho. Isso pode incluir a implementação de políticas que garantam o respeito aos limites pessoais e a promoção de uma cultura de inclusão e igualdade, onde todos possam compartilhar os espaços de forma equitativa e respeitosa.
Body shaming:
O body shaming é uma prática prejudicial que pode ocorrer no ambiente de trabalho, contribuindo para a discriminação e o constrangimento das mulheres com base em sua aparência física. Para evitar o body shaming, é essencial promover uma cultura de respeito e aceitação da diversidade de corpos no local de trabalho. Isso pode incluir a implementação de políticas que proíbam comentários ou comportamentos que envergonhem ou discriminem as pessoas com base em sua aparência física.
Hepeating:
O fenômeno do hepeating, onde as ideias de uma mulher são ignoradas até que sejam repetidas por um homem e aceitas como válidas, é uma forma sutil, mas insidiosa, de sexismo. Para evitar o hepeating, é fundamental promover uma cultura de valorização e reconhecimento das contribuições de todas as pessoas no ambiente de trabalho. Isso pode incluir a implementação de políticas que garantam que todas as ideias sejam ouvidas e creditadas de forma justa, independentemente do gênero de quem as expressa.
Leia também
>>> Trabalhadoras se preparam para tomar as ruas no dia 8 de março
>>> Saiba identificar e combater as práticas machistas no ambiente de trabalho
Combate às práticas machistas
Para combater as práticas machistas no ambiente de trabalho e promover um espaço mais justo e inclusivo para todos os colaboradores, é crucial adotar uma série de medidas que visem a construção de uma cultura organizacional baseada no respeito, na igualdade e na inclusão.
Em primeiro lugar, é fundamental investir em treinamentos de sensibilização de gênero. Esses treinamentos têm o objetivo de aumentar a conscientização sobre questões de gênero, destacando os impactos das práticas machistas e promovendo uma reflexão sobre atitudes e comportamentos discriminatórios. Ao oferecer esses treinamentos a todos os colaboradores, é possível criar um ambiente de trabalho mais consciente e empático, onde as diferenças são respeitadas e valorizadas.
Além disso, a implementação de políticas de tolerância zero para comportamentos sexistas é essencial. Isso significa estabelecer diretrizes claras e rigorosas que proíbam qualquer forma de discriminação ou assédio com base no gênero. Essas políticas devem ser amplamente divulgadas e rigorosamente aplicadas, garantindo que todos os colaboradores saibam que tais comportamentos não serão tolerados e que haverá consequências para quem os praticar.
Outro aspecto crucial é incentivar a participação igualitária de todas as pessoas nas discussões e decisões profissionais. Isso significa criar espaços onde todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas, independentemente do gênero. As mulheres devem ser encorajadas a ocupar posições de liderança e a contribuir ativamente para o desenvolvimento e implementação de estratégias e políticas organizacionais.
Promover uma cultura de respeito, igualdade e inclusão no ambiente de trabalho requer um esforço conjunto de todos os membros da organização. Através de treinamentos de sensibilização de gênero, políticas de tolerância zero e incentivo à participação igualitária, podemos criar ambientes de trabalho mais justos, seguros e produtivos para todos os colaboradores.
Caroline Vargas Barbosa é advogada e pesquisadora em Direito antidiscriminatório e inclusão na Advocacia Garcez. Doutoranda em Direito, Estado e Sociedade na UnB. Especialista (2012) em Processo Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra (2014) em Direito Agrário pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Autista, TDAH e com doença rara: esclerose múltipla.