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25 de Novembro de 2024 às 17:48

Dia Internacional de combate à violência: bancárias participam de campanha global

16 dias de ativismo: campanha começa nesta segunda (25), Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher; No Brasil, as atividades iniciaram no Dia da Consciência Negra, com 21 dias de ativismo


Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Confederação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) integra a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” que, no Brasil, começa em 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) e termina em 10 de dezembro (Dia Internacional do Direitos Humanos). Internacionalmente, são 16 dias de ativismo, com início nesta segunda-feira, 25 de novembro, Dia do Combate à Violência contra a Mulher.

A cada dia, em média, 140 mulheres e meninas são mortas por alguém de sua própria família em todo o mundo. Cerca de três sofrem violência física ou sexual. Todos os países e comunidades são afetados por essa epidemia que envergonha a humanidade. Os dados são das Organizações das Nações Unidas (ONU).

Aqui no Brasil, dados divulgados em 2024 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com base em informações oficiais, revelam que todas as modalidades de violência contra mulheres cresceram no país, entre 2022 e 2023. Entre as vítimas do feminicídio, 63,6% são mulheres e meninas negras, 71,1% entre 18 e 44 anos e 64,3% foram mortas dentro da própria residência. Além disso, 90% dos assassinos de mulheres são homens (63% parceiros íntimos, 21,2% ex-parceiros íntimos e 8,7% familiares).

"O feminicídio é uma das facetas da misoginia, expressão que designa a manifestação de ódio ou aversão contra mulheres e meninas”, explica a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes. “E, dentre as várias formas que a misoginia se manifesta, estão as violências físicas, psicológicas, econômicas e simbólicas, por meio de ataques à figura feminina”, completa. "Por isso, a realização desse período de ativismo é tão importante, porque ainda precisamos nos mobilizar, como sociedade organizada, para combater a violência de gênero, que perpassa todos os ambientes que mulheres e meninas frequentam", pontua a dirigente.

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Por que no Brasil o período é diferente

Os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher foram estabelecidos em 1991, durante reunião do Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL).

A iniciativa em âmbito mundial começa no dia 25 de novembro em homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, que enfrentaram Rafael Leónidas Trujillo Molina, ditador da República Dominicana entre 1930 e 1961.

Porém, no Brasil, os movimentos sociais feministas decidiram iniciar os dias de ativismo em 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. "Essa escolha se deve porque as mulheres negras, infelizmente, ainda são maioria entre as vítimas da violência de gênero no país", explica Fernanda Lopes. "Além de estarem entre a maioria das vítimas de feminicídio, são as mais atingidas pela desigualdade racial de rendimentos", completa, se referindo ao recente boletim divulgado na última semana pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do IBGE, referentes ao 2º trimestre de 2024, o trabalho revela que a população negra ganha 32% menos que os demais trabalhadores com o mesmo nível de ensino, sendo as negras as mais prejudicadas neste cenário: no 2º trimestre de 2024, o rendimento médio delas no país era de R$ 2.392, valor 40% inferior ao dos demais trabalhadores (R$ 4.008).

"Na categoria bancária, apesar dos avanços, também registramos essa desigualdade, que temos combatido em acordos, nas mesas de negociação com os bancos. Conforme o último levantamento que encomendados ao Dieese, apesar de representarem quase 48% da categoria, as bancárias têm remuneração média 20% inferior à remuneração média dos homens bancários. Porém, recorte racial revela uma distorção ainda maior: as mulheres bancárias negras (pretas e pardas) têm remuneração média 36% inferior à remuneração média do bancário branco", destaca Fernanda Lopes.

A dirigente completa que, a categoria bancária conquistou, na Campanha Salarial deste ano, avanços sociais fundamentais, com destaque para o comprometimento, por parte dos bancos, de bolsas de estudos para que mulheres negras se profissionalizem em tecnologia da informação (TI), a área que mais cresce no sistema bancário. "Reconhecemos que esse é apenas mais um passo de uma luta muito maior para que a igualdade de renda entre gênero e raça seja alcançada. E por causa desse balanço é que vamos manter essa como uma das principais pautas do movimento sindical bancário", conclui.

Serviço: Basta! Não irão nos calar!

O movimento sindical bancário criou um programa de canais de atendimento jurídico para mulheres em situação de violência doméstica e familiar, que já estão presentes em 13 entidades, cobrindo 388 cidades nas cinco regiões do país.

"Desde 2019, foram 451 atendimentos. Desse total, foram geradas 235 medidas protetivas de urgência, com base na Lei Maria da Penha", explica a coordenadora da iniciativa e assessora jurídica da Contraf-CUT, Phamela Godoy.

Confira abaixo os canais Basta! Não irão nos calar! em funcionamento:
1. São Paulo, Osasco e Região,
via whatsapp (11) 97325-7975;
2. Piracicaba e Região, canal SindBan Acolhe,
via telefone (19) 3417-1333;
3. Campinas e Região, canal Mulher não se cale!,
via whatsapp (19) 99814-6417;
4. Brasília, canal Viva Sem Violência,
via whatsapp (61) 9292-5294;
5. Pernambuco, canal Basta! Não irão nos calar!,
via whatsapp (81) 97347-3585;
6. Paraíba, canal Basta de Violência Doméstica contra Mulher,
via whatsapp (83) 9123-9845;
7. ABC, canal Basta! Não irão nos calar!,
via whatsapp (11) 98244-1637;
8. Rio de Janeiro, canal Basta! Não irão nos calar!,
via whatsapp (21) 98013-0042;
9. Porto Alegre e Região, canal Basta! Não irão nos calar!,
via whatsapp (51) 97401-0902;
10. Belo Horizonte e Região, canal Basta! Não irão nos calar!,
via telefone (31) 3279-7800;
11. Rondônia, canal Basta! Não irão nos calar!,
via telefone (69) 9214-0464;
12. Catanduva e Região, canal Basta! Não irão nos calar!,
via telefone (11) 99591-7733;
13. Jundiaí e Região, canal Basta! Não irão nos calar!,
via  whatsapp (11) 99591-7733.
 

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Fonte: Contraf-CUT

 


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