A Federação dos Bancários e Bancárias do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) faz questão de lembrar neste 6 de dezembro o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, uma data significativa que integra o calendário da Campanha dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, visando envolver homens nessa luta e promover a reflexão sobre masculinidade e suas implicações sociais.
A campanha começou após uma tragédia ocorrida em 1989, em Montreal, no Canadá. Marc Lepine invadiu uma escola politécnica canadense, ordenou que os homens se retirassem e assassinou 14 mulheres, suicidando-se em seguida. A tragédia mobilizou canadenses a criar a primeira campanha do Laço Branco. Entre 25 de novembro e 6 de dezembro daquele ano, foram distribuídos cerca de 100 mil laços entre os homens canadenses. O dia 25 de novembro foi proclamado pela ONU o Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a mulher.
Para o presidente da Fetec-CUT/CN, Rodrigo Britto, “o Brasil ainda continua patriarcal, principalmente por grupos conservadores inseridos na política, religião e demais setores da sociedade que defendem o machismo, a intolerância e o ódio. Esses pensamentos retrógados fazem com que muitos homens, que são os principais agressores das mulheres, tenham atitudes de posse ao invés de respeito e amor. Por isso a importância de nos manifestarmos radicalmente contrários e combatermos qualquer tipo de violência contra as mulheres”.
Assim como inúmeras entidades, a Federação do Centro-Norte considera essa mobilização fundamental por vários motivos:
Promover o entendimento sobre as diversas formas de violência que as mulheres enfrentam, incluindo violência física, emocional, sexual e patrimonial. É uma oportunidade para que os homens reconheçam seu papel e responsabilidade nessa questão.
O dia incentiva a desconstrução de estereótipos de masculinidade que perpetuam a ideia de que ser homem está associado à dominação e à violência. Isso inclui uma nova forma de entender a masculinidade, que valorize o respeito e a igualdade.
A mobilização busca transformar homens em aliados na luta contra a violência, encorajando-os a se posicionar contra atos de agressão e discriminação. Homens engajados podem influenciar outros e ajudar a criar um ambiente mais seguro e igualitário.
A data é uma oportunidade para diálogos abertos sobre as causas da violência contra as mulheres e a importância de um comportamento respeitoso em todas as relações. Isso pode ocorrer através de palestras, debates e campanhas educativas.
O Dia Nacional de Mobilização dos Homens também destaca a importância do envolvimento comunitário em ações que visem a prevenção da violência. Isso inclui a participação em iniciativas que promovam a igualdade de gênero e protejam os direitos das mulheres.
Por fim, a data é um convite para que os homens reflitam sobre suas próprias atitudes e comportamentos, buscando maneiras concretas de se engajar na luta contra a violência de gênero em suas comunidades e redes sociais.
Em suma, o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma data que fomenta a busca por um mundo mais justo, onde todas as pessoas possam viver sem medo de violência e discriminação, promovendo o respeito mútuo e a igualdade de gênero.
“Como mulher, vejo como é importante a participação ativa dos homens na luta contra a violência de gênero e a promoção da igualdade. É essencial que eles se eduquem sobre as formações e consequências da violência contra as mulheres, refletindo sobre seus próprios comportamentos e desconstruindo a masculinidade tóxica que, muitas vezes, permeia suas vidas”, comenta Elis Regina Camelo, secretária da Mulher da Fetec-CUT/CN.
Ela acredita que a mudança começa com o diálogo: homens conversando entre si sobre o que significa ser um homem respeitoso e solidário. Nesse sentido, apoiar movimentos e iniciativas que visem a proteção das mulheres e a promoção de igualdade é um passo crucial. Para Elis Regina, também é vital que, ao testemunharem situações de violência, os homens se posicionem e intervenham de maneira segura e eficaz.
“Além disso, espero que os homens se esforcem para ser modelos positivos, fomentando um ambiente de respeito e empatia, tanto em casa quanto na sociedade. Essa mudança não apenas beneficia as mulheres, mas enriquece a própria vida dos homens, permitindo que desenvolvam relações mais saudáveis e significativas”, acrescenta a secretária da Mulher da Fetec.
Ela conclui: “Juntas, nossas vozes podem ser mais fortes. Um compromisso dos homens em se engajarem nessa causa é fundamental para construirmos um mundo em que todas as pessoas possam viver sem medo e com dignidade. Essa é uma jornada que todos devemos percorrer. Seria muito encorajador ver mais homens se unindo a nós nessa luta. Pois juntos podemos caminhar em direção a um futuro onde não haja mais necessidade de luta... Um futuro de respeito mútuo e igualdade”.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com informações do Grupo Refletir