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27 de Novembro de 2023 às 07:36

25 de novembro: uma vida sem violência é um direito de todas as mulheres


25 de novembro é marcado como o dia internacional de luta pelo fim da violência contra a mulher. A data foi escolhida para lembrar as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, que em 1960 foram assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana. Em março de 1999, o 25 de novembro foi reconhecido pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, com a adesão de cerca de 150 países.

No Brasil as estatísticas reforçam, ano a ano, a gravidade e o tamanho do problema, que atravessa geografias e classes sociais. A cada hora, no Brasil, seis meninas ou adultas são estupradas e 26 mulheres são agredidas fisicamente.

Os números são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, que aponta ainda que, das 1.341 mulheres vítimas de feminicídio no ano passado, 65,6% foram mortas dentro de casa e 62% eram negras. Além disso, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), uma travesti ou mulher trans é morta no país a cada dois dias.

O aumento da militarização e das armas de fogo legais no país também é citado por ativistas como pontos preocupantes no combate à violência sexista. Dados obtidos pelo Instituto Igarapé e Sou da Paz por meio da Lei de Acesso à Informação revelam que, durante o governo Bolsonaro, o número de armas de fogo registradas triplicou e chegou a quase um milhão.

Os principais instrumentos usados nos feminicídios, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, são armas brancas (50%), seguido de armas de fogo (29,2%).

Na avaliação de Nalu Faria, psicóloga, feminista e ativista da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), não é coincidência que o eleitorado feminino tenha sido hegemonicamente crítico ao governo Bolsonaro e teve, portanto, um peso na sua derrota nas urnas. “Isso também é fruto da nossa luta e de um patamar de compreensão do que está em jogo para a gente ter uma vida livre de violência. E isso está conectado com ter uma vida digna”, opina.

A integrante da MMM entende que a “violência patriarcal” é uma dimensão de um “sistema imbricado de várias formas de opressão que combina o capitalismo, o racismo, o patriarcado, o colonialismo e a opressão da sexualidade”. Assim, ela não se manifesta só nos comportamentos individuais, mas nas relações e na própria maneira como a sociedade se estrutura.

Gésica Capato, secretária de Esportes do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), destaca que a violência contra a mulher tem crescido muito no Brasil nos últimos anos, e infelizmente o estado de Rondônia está incluído neste triste cenário.

“Nós, do Sindicato, temos um compromisso com as mulheres do ramo financeiro pelo fim da violência. Compromisso este concretizado com o projeto Basta! Não Irão Nos Calar, que é um canal importantíssimo nessa luta permanente, pois proporciona, às bancárias e cooperativárias, atendimento humanizado, com orientação jurídica e todo o suporte necessário as vítimas de violência doméstica ou de assédio sexual no local de trabalho. Se você, bancária ou trabalhadora em cooperativa de crédito, estiver passando por alguma situação de violência neste momento, entre em contato com o canal do Basta!, pelo WhatsApp 99214-0464, que será prontamente atendida com toda a segurança e sigilo. Não se cale”, enfatizou Gésica.

Ivone Colombo, presidenta do Sindicato, menciona que os números de feminicídios, estupros e agressões físicas às mulheres de fato aumentaram, pois as vítimas cada vez mais tem denunciado os casos no país.

“Contudo, sabemos que este quadro é ainda mais apavorante, pois ainda existe muita subnotificação, ou seja, muitas vítimas de violência, por medo e insegurança, não denunciam. A população brasileira é formada, em sua maioria, pelas mulheres, e estes números foram confirmados com a recente divulgação do último censo do IBGE. Mas mesmo assim nós, mulheres, ainda somos desrespeitadas, desvalorizadas, humilhadas e perseguidas sem o menor pudor, dia após dia, e muitas vezes os agressores estão mais próximos do que imaginamos. Portanto é fundamental que todas as mulheres vítimas de violência não se calem. Denunciem! É preciso levar à justiça esses agressores, pois o silêncio das vítimas só fortalece os agressores e dá a eles a certeza da impunidade e, com isso, mais e mais mulheres serão violentadas e mortas. Não podemos deixar isso continuar. Basta!”, acentuou Ivone.

Fonte: SEEB-RO, com informações do Ministério do Desenvolvimento Social e Brasil de Fato

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