O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, explica a proposta de acordo com o Banco do Brasil e orienta a aprovação nas assembleias que ocorrem de domingo (30/8) a segunda-feira (31/8).
“É importante que os funcionários tenham em mente que vivemos em um período conturbado da nossa história. Os direitos dos trabalhadores estão sob forte ataque. E o funcionalismo é recriminado. Querem nos impingir a pecha de marajás. Sabemos que isso não é verdade, mas utilizam esse argumento para tentar reduzir nossos rendimentos e direitos”, disse Fukunaga.
“Foi isso o que o banco tentou fazer no início das negociações. Queria reduzir o percentual a ser distribuído a título de PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) do programa próprio de 4% para 2% do lucro líquido. Isso traria uma redução de 47% no valor a ser recebido pelos funcionários”, explicou. “Mesmo nesta conjuntura adversa, conseguimos barrar essa tentativa de redução da PLR, de modo que não haverá alteração na regra”, concluiu.
O banco também queria reduzir de três para apenas um ciclo avaliatório do Programa de Gestão de Desempenho (GDP) o período necessário para poder tirar a comissão de função dos funcionários que sejam mal avaliados. “Atualmente, o funcionário tem chance de se recuperar de um possível período ruim. A mudança que o banco queria implantar não permitiria a recuperação. Na prática, facilitaria o descomissionamento e, sabemos o que isso significa no Banco do Brasil, onde todos os funcionários têm cargo de escriturário e a ascensão na carreira se dá em processos internos de comissionamento de função. O descomissionamento pode reduzir a renda pela metade, ou mais”, explicou. “Também conseguimos impedir a redução do ciclo avaliatório da GDP. Nada será alterado neste ponto”, completou.
O coordenador da CEBB gravou um vídeo explicando a proposta. De forma resumida, em cinco minutos, ele trata da proposta da mesa única da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), e de pontos específicos do acordo com o BB. Além dos pontos acima, ele também explica as propostas para o intervalo intrajornada, para os abonos, para as folgas para aqueles que trabalham nas eleições e sobre a pausa para os funcionários que trabalham no teleatendimento.
Veja abaixo o vídeo e logo depois os textos com os resumos das propostas.
Reajuste: conforme negociado na mesa única da Fenaban
Proposta inicial: reajuste ZERO
Proposta final: 2020: Reajuste de 1,5% para salários + abono de R$ 2 mil para todos. Garante em 12 meses valores acima do que seria obtido apenas com a aplicação do INPC para salários até R$ 11.202,80, o que representa 79,1% do total de bancários (isso já considerando o pagamento de 13°, férias e FGTS). INPC sobre VR, VA, valores fixos e tetos da PLR.
2021: Reposição da inflação + 0,5% de aumento real para salários e demais verbas, como VA, VR e auxílio-creche.
Todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho e do Acordo Coletivo de Trabalho foram mantidos
PLR
Proposta inicial: Redução da distribuição do lucro líquido (parcela linear) para 2%
Após negociação: Mantida PLR como está no acordo atual (4% lucro líquido mais 45% salário, mais módulo variável determinado pelo Banco do Brasil por semestre)
GDP
Proposta inicial: 1 ciclo avaliatório para descomissionamento.
Após negociação: Mantidas as três avaliações negativas para descomissionamento por desempenho (3 GDPs).
Intervalo intrajornada
Proposta inicial: 15 a 30 minutos com registro para todos os funcionários de seis horas.
Após negociação: Até uma hora com registro apenas para quem fizer opção.
Faltas abonadas
Proposta inicial: 2020 e 2021 – cinco faltas não conversíveis e não acumuláveis
Após negociação: Regra de transição, com conversão em pecúnia do saldo de abonos adquiridos até primeiro de setembro de 2020. Os adquiridos a partir de primeiro de setembro de 2021 terão que ser usufruídos até agosto de 2022, inclusive nas férias, mas sem conversão em pecúnia ou acumulação. Os abonos já adquiridos e acumulados permanecem com as regras anteriores.
Folga Justiça Eleitoral
Proposta inicial: 60 dias para gozar a folga
Após negociação: 180 dias para gozar a folga
Prazo para realização de perícia psicológica
Proposta inicial: 12 meses
Após negociação: Manutenção de 18 meses
Horário de repouso
Proposta inicial: Apenas para atividades repetitivas
Após negociação: Manutenção de atendentes de Sala de Auto Atendimento
Outros pontos negociados
Mesa sobre bancos incorporados a ser conduzida e iniciada a partir de outubro, com apresentação de pautas em setembro/2020
Mesa permanente sobre Teletrabalho e Escritórios Digitais
Mesa permanente sobre Saúde e Segurança
Fonte: Contraf-CUT