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26 de Julho de 2024 às 18:09

Sindicato intensifica mobilização da Campanha Nacional 2024


Com a aproximação do final do período de validade da atual Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária (CCT 2023/2024) que vai até o próximo dia 31 de agosto, o movimento sindical intensifica a mobilização dos bancários e dos bancários em todo o país para o engajamento nas atividades presenciais e nas redes sociais para pressão dos banqueiros e avanço nas negociações da pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2024.

Neste sentido os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região MS visitaram as agências e locais de trabalho, distribuindo informativos da campanha e dialogando com a categoria e com os clientes e usuários dos bancos. Esta semana os diretores da entidade iniciaram também as reuniões da campanha nos locais de trabalho, tanto nos bancos públicos, como nos privados, buscando a coesão dos trabalhadores no enfrentamento para mudar a dura realidade da categoria, de cobranças, adoecimento físico e mental e de sobrecarga de trabalho. As reuniões seguem durante todo o mês de agosto e devem ser realizadas em toda a base de atuação do sindicato.

O presidente do sindicato, Janes Estigarribia, chama a atenção de que apesar dos lucros sempre bilionários dos bancos, cada vez mais agências são fechadas e funcionários demitidos. A população, além de enfrentar dificuldade de acesso e demora no atendimento, ainda tem de desembolsar uma bolada em tarifas e juros. “Este quadro só vai mudar ou ser minimizado com mobilização e disposição para a luta. Só há avanço nas mesas de negociação quando a categoria participa das atividades do movimento sindical, elas são presenciais ou mesmo nas redes sociais”, lembra Estigarribia.

Fenaban negacionista, nega tudo sobre saúde

Já chegamos à quinta rodada de negociações da campanha salarial 2024 e até agora os negociadores dos bancos praticamente só enrolaram. Nesta quinta-feira (25) o Comando Nacional dos Bancários trouxe à mesa uma questão crítica ignorada pelos bancos há alguns anos: o número crescente de trabalhadores do setor adoecido. Mas, apesar do cenário assustador, a Fenaban negou qualquer ligação entre o adoecimento dos trabalhadores ser as metas abusivas e na maior cara de pau, mesmo com todos os números apresentados pelo movimento sindical, argumentaram que o adoecimento mental é um fenômeno global.

Levantamento feito pelo movimento sindical, em parceria com a UnB (Universidade de Brasília), revelou que 76,5% dos bancários tiveram problemas de saúde relacionados ao trabalho em 2023. Deste grupo, 40,2% fazem acompanhamento com psiquiatra e 91,5 % toma medicação controlada. Outros 59,7% são acompanhados por médicos de outras especialidades, a exemplo de psicólogos.

Para o diretor de saúde e condições de trabalho do sindicato, Edegar Alves Martins, como o negacionismo está em moda atualmente no país, os bancos tentam ir pelo mesmo caminho, fechando os olhos para a realidade, uma realidade que inclusive é numérica, é estatística , não tem como negar. O diretor de saúde da entidade lembra que os bancários e bancários são apenas 1% da população com trabalho formal no Brasil e, no entanto, representam junto ao INSS 25% dos adoecidos afastados do trabalho. “Esse argumento apresentado pelos banqueiros na mesa de negociação além de ser negacionista é esdrúxulo e vergonhoso”, finaliza Edegar.    

Outra pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano do Sul mostra que 20.192 bancos foram afastados do trabalho entre 2013 e 2020. Até 2012, as doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo foram as principais causas de afastamento. Mas, a partir de 2013, o cenário mudou e em 2022, os transtornos mentais e comportamentais representaram 40% dos benefícios por incapacidade temporária previdenciária e 57% dos benefícios por incapacidade temporária acidentária.

A Campanha Nacional chega a sua fase decisiva para a renovação da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), sobretudo com garantia de direitos e avanços nas conquistas. Além de reajuste salarial com a regulação da inflação mais 5% de aumento real, melhores condições de trabalho, fim do assédio moral, a categoria quer mais contratações para melhor atender os correntistas e a redução das taxas de juros.

Bancários e bancários só a luta nos garantem! vamos nos conectar ligados no mote da Campanha: #OFuturoNãoPodeSerPrecarizado . A próxima mesa de negociação será no dia 6 de agosto, e será sobre cláusulas econômicas.

Veja como foram as mesas até agora:

26/06 – Primeira mesa

>>>>> Comando Nacional cobra a garantia de empregos e ultratividade do acordo

02/07 – Segunda mesa

>>>>> Trabalhadores cobram da Fenaban implementação de jornada reduzida

11/07 – Terceira mesa

>>>>> Bancários cobram igualdade de oportunidades nos bancos

18/07 – Quarta mesa

>>>>> Trabalhadores reivindicam mais direitos aos PCDs e segurança nas agências bancárias

25/07 – Quinta mesa

>>>>> Bancos negam a realidade

Sindicato dos Bancários de Dourados e Região MS

Por Joacir Rodrigues


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