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22 de Agosto de 2024 às 10:46

Setor bancário destoa do mercado e continua demitindo trabalhadores

No primeiro semestre do ano, o mercado de trabalho formal brasileiro gerou 1,3 milhão de vagas; nos bancos o saldo de emprego ruma no sentido contrário, com 1.020 postos a menos em seis meses


A Pesquisa do Emprego Bancário de agosto, elaborada pelo Dieese com base nos dados do Novo Caged, mostra que o setor eliminou 482 postos de trabalho em junho. Entre janeiro e junho de 2024, o saldo de emprego bancário (resultado das contratações, menos as demissões) é negativo em 1.020. Em 12 meses, a redução é ainda maior, chegando a 2.352 postos de trabalho bancário a menos.
 

“O setor bancário é uma máquina de ganhar dinheiro, que ultra explora a sociedade e os trabalhadores. Mais uma vez, os bancos demonstram sua face cruel e de total descompromisso com a sociedade brasileira”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale. “Enquanto vários setores apresentam crescimento no número de empregos, a economia segue aquecida e os bancos continuam demitindo e extinguindo postos de trabalho”, acrescentou.
 

Como observado por Walcir, o mercado de trabalho formal como um todo segue em sentido inverso, tendo criado 201.705 postos de trabalho em junho. Quando considerado o primeiro semestre de 2024, o número de novas vagas no país chega a 1,3 milhão, o que fez com que o Brasil registrasse, entre abril e junho de 2024, uma taxa de desocupação de 6,9% (7,5 milhões de desempregados), a menor desde junho de 2014.

Movimentação do emprego bancário


A redução de postos de trabalho no setor bancário poderia ser ainda pior, se não fosse a abertura de vagas de Escriturário, via contratação do Banco do Brasil, no primeiro bimestre (+ 941 vagas). Nos meses seguintes, março até junho, foram extintas 1.961 vagas. “Neste sentido, apesar de não ser possível estabelecer dados precisos, o saldo negativo pode ser atribuído, especialmente, aos bancos privados”, observa o Dieese na pesquisa.
 

A entidade ressalta ainda que “a movimentação do emprego, segundo CNAE, mostra a concentração do saldo negativo nos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, que em 12 meses extinguiram 3.176 empregos bancários, reforçando a hipótese que os bancos privados são os responsáveis pelo fechamento de vagas no setor.”
 

“É inadmissível a falta de compromisso dos bancos com a estabilização e o crescimento da economia brasileira e com o bem-estar da população, ainda mais considerando que estamos em pleno processo de reconstrução do país”, destacou o dirigente da Contraf-CUT.

Dados por estado, gênero e faixa etária

No semestre, 10 estados apresentaram saldo positivo, sendo o Rio Grande do Sul responsável pela abertura de 132 postos. Contudo, 16 estados acusaram fechamento de vagas. São Paulo é responsável pelo maior número de eliminação de postos de trabalho bancário (-480 vagas), seguido por Rio de Janeiro (-404) e Paraná (-204).
 

Sobre a distribuição da movimentação do emprego com recorte de gênero, para o primeiro semestre, identifica-se que o saldo negativo ocorreu exclusivamente entre as mulheres. No período, ocorreram 9.229 admissões de mulheres (número 18% inferior ao das contratações de bancários homens) e 10.498 desligamentos de mulheres (5% inferior às demissões dos homens), resultando em saldo negativo de 1.269 vagas. De maneira distinta, o saldo da movimentação para os homens foi positivo em 249 vagas.
 

No que diz respeito às diferentes faixas etárias, é observado que existe a criação de novas vagas para as faixas inferiores, até 29 anos, com ampliação de 4.510 postos de trabalho e eliminação de vagas para as faixas superiores, com fechamento de 5.330 vagas.
 

Mais informações no documento elaborado pelo Dieese.

 

 

Fonte: Contraf-CUT

 

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