Na segunda roda de conversa virtual realizada pela Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) nesta sexta-feira 19 à noite, os presidentes, dirigentes e militantes dos sindicatos filiados avaliaram que a postura da Fenaban até agora nas negociações da Campanha Nacional 2022 tem sido de desrespeito e provocação aos bancários. E que será necessário intensificar a mobilização da categoria, nos locais de trabalho e nas redes sociais, para pressionar os bancos a apresentarem uma proposta global séria que atenda às reivindicações dos trabalhadores do sistema financeiro.

Participaram como convidados nesta sexta o coordenador nacional da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Clotário Cardoso, e os doutores Antônio Megale e Laís Lima, da LBS Advogados, que presta assessoria jurídica à Fetec-CUT/CN.

Cardoso fez um resumo das negociações do acordo específico com a Caixa e criticou a postura intransigente da empresa. A advogada Laís Lima explicou as três resoluções (de número 36, 38 e 42) aprovadas no início de agosto pela Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR). Elas reduzem custos dos planos de saúde, interferem nos regulamentos internos e plano de cargos e salários e alteram normativos dos fundos de pensão das empresas públicas, com impactos negativos para os trabalhadores e que interferem nas negociações da Campanha Nacional de 2022.

Já o assessor jurídico Antônio Megale fez uma explanação sobre as Medidas Provisórias 1.108 e 1.109 – já aprovadas no Congresso Nacional e aguardando sanção presidencial – que visam injetar dinheiro na economia com fins eleitorais às vésperas do pleito de outubro e interferem no auxílio-alimentação e nas normas de teletrabalho dos trabalhadores dos bancos públicos.

“Está claro na mesa de negociação da Campanha Nacional que a Fenaban está aguardando as sanções dessas MPs para retirar direitos dos bancários no auxílio-alimentação e no teletrabalho”, avaliou ao final das apresentações o presidente da Fetec-CUT/CN, Cleiton dos Santos Silva, que integra o Comando Nacional dos Bancários.

‘Fenaban está fazendo troça’

Cleiton e Samuel Bastos, presidente do Sintraf Amapá e também membro do Comando Nacional dos Bancários, fizeram um relato da rodada de negociação desta sexta-feira 19, em que a Fenaban ofereceu reajuste de 65% da inflação do período, e da postura de desrespeito dos bancos para com a categoria bancária nas 11 rodadas de negociação realizadas até agora.

Veja aqui como foi a rodada de negociação desta sexta-feira. E saiba como foi o Dia Nacional de Luta dos Bancários no dia da negociação.

“A Fenaban está fazendo troça da categoria. A proposta de reajuste de 65% da inflação é uma desfaçatez e um abuso, porque eles estão oferecendo perdas salariais para os trabalhadores de um setor da economia que teve R$ 30 bilhões de lucro líquido só no primeiro semestre deste ano”, atacou Samuel.

O presidente do Sintraf-AP também alertou que estamos numa corrida contra o tempo, uma vez que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria expira no final do mês porque a reforma trabalhista do governo Temer acabou com a ultratividade – a extensão da validade de um acordo coletivo de trabalho até que um novo seja negociado.

“Temos menos de 15 dias para fechar acordo”, acrescentou Cleiton Santos. “Precisamos intensificar a mobilização da categoria, com ações nos locais de trabalho e nas redes sociais, para pressionar os bancos a atenderem nossas reivindicações. A postura da Fenaban é de provocação à categoria e é preciso nos prepararmos para a luta. Temos que lutar com todas as nossas forças para defender nossos direitos. Se não lutarmos, perderemos de antemão”, alertou Cleiton.

No final da roda de conversa, o coordenador da Comissão de Empresa dos Empregados do Banco da Amazônia e secretário de Imprensa da Fetec-CUT/CN, Sérgio Trindade, fez um relato sobre as negociações com o Basa da Campanha 2022 e sobre a assinatura do acordo referente à PLR de 2017, ao final de uma longa disputa judicial com o banco.

Fonte: Fetec-CUT/CN