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22 de Junho de 2022 às 17:04

Na primeira rodada nesta quarta 22, bancários definem temas das negociações com os bancos

Também foram discutidos demissões no Mercantilo, abono do banco de horas negativas e retirada de pauta do PL que permite abrir agências em finais de semana


Na primeira reunão da Campanha Nacional de 2022, o Comando Nacional dos Bancários definiu nesta quarta-feira 22 os temas das reuniões de negociações com a Federação Nacional do Bancos (Fenaban).

“Apresentamos à Fenaban os blocos de temas a serem negociados dentro do calendário já acertado na semana passada durante a entrega da pauta de reivindicações”, informa Cleiton dos Santos Silva, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) e integrante do Comando Nacional.

"A expectativa é que na renovação da Convenção Coletiva deste ano possamos garantir os direitos que já temos e conquistar novos avanços, sobretudo em medidas que recuperem o poder de compra dos bancários e bancárias, em especial nos benefícios sobre alimentação”, acrescenta Cleiton, que participou da reunião com a Fenaban. “Mas também negociaremos temas importantes para as condições de trabalho, para a segurança dos trabalhadores do sistema financeiro e também sobre as questões relativas à saúde. A pandemia nos coloca diante da necessidade de aprofundarmos as negociações das cláusulas sobre temas que vão além das questões econômicas.”

“O setor financeiro apresentou sucessivos recordes de lucro mesmo no período da pandemia, quando a economia do Brasil e do mundo apresenta números recessivos. Considerando essas condições, entendemos que é justo que os trabalhadores, que fazem para esse resultado, possam ter o reconhecimento e receber uma participação justa nos ganhos obtidos pelo conjunto dos trabalhadores bancários”, conclui o presidente da Fetec-CUT/CN.

“São temas centrais que englobam uma série de reivindicações da categoria. Isso contribui para organizarmos e agilizarmos as negociações”, ponderou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “É hora de nos mobilizarmos! E bora ganhar este jogo!”, completou.

Emprego e terceirização será o tema tratado na próxima reunião; na sequência, cláusulas sociais e segurança bancária; cláusulas sociais e teletrabalho; igualdade de oportunidades; saúde e condições de trabalho; e duas reuniões sobre as cláusulas econômicas (veja o calendário detalhado ao final do texto).

Banco de horas negativas

Antes de entrar na pauta definida para o dia, o Comando Nacional dos Bancários reivindicou o abono das horas negativas das pessoas com comorbidade para as quais o banco não conseguiu viabilizar o trabalho remoto durante a pandemia.

“As pessoas foram afastadas por uma questão de saúde pública. Foram dois anos de pandemia e para algumas delas os bancos não conseguiram viabilizar o trabalho remoto. Isso gerou um número muito grande de horas a serem compensadas. Por mais que tenham tentado, algumas pessoas não conseguiram compensar todas estas horas. Queremos que estas horas sejam abonadas”, explicou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também coordena o Comando Nacional dos Bancários.

A Fenaban disse que, como as negociações sobre banco de horas foram realizados diretamente com os bancos, fará um levantamento sobre quais são os casos e discutirá a proposta com cada um deles.

Demissões em massa

O Comando também lembrou sobre a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação à necessidade de negociações com os sindicatos antes de empresas promoverem demissões em massa. “O Banco Mercantil do Brasil está encerrando as atividades no Rio de Janeiro e vai fechar todas as agências no estado. Pedimos que a Fenaban intermedeie negociação com o BMB para que seja respeitada a decisão do Supremo e esta mesa de negociações”, reivindicou a presidenta da Contraf-CUT.

A Fenaban disse que recebeu ofício da Contraf-CUT com a solicitação, já está tentando agendar reunião com o banco para tratar do assunto e dará resposta à representação da categoria até a manhã desta quinta-feira (23).

PL 1043/2019

O Comando Nacional dos Bancários também solicitou que os bancos trabalhem no sentido de retirar o Projeto de Lei 1043/2019, que propõe a liberação da abertura de agências bancárias aos finais de semana, da pauta de votação.

“Os bancos alegam que em alguns eventos, como feiras de negócios, que ocorrem aos finais de semana, são prejudicados devido a não abertura dos bancos nesses dias. Isso não justifica o desrespeito à nossa mesa de negociações. Nunca nos negamos a negociar estes casos específicos. Inclusive existem acordos que permitem este trabalho”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT. “Tanta coisa mais importante para ser discutida no Congresso Nacional e querem criar uma lei para um tema que é tratado em nossa mesa de negociações. Isso deve ser pauta aqui na nossa mesa, não no Congresso. Por isso, pedimos o esforço para que o mesmo seja retirado da pauta”, ressaltou.

Calendário de negociações:

Segunda-feira, 27 de junho:
Emprego e Terceirização

Quarta-feira, 6 de julho:
Cláusulas sociais e segurança bancária

Sexta-feira, 22 de julho
Cláusulas sociais e teletrabalho

Quinta-feira, 28 de julho
Igualdade de oportunidades

Segunda-feira, 1 de agosto
Saúde e condições de trabalho

Quarta-feira, 3 de agosto
Cláusulas econômicas

Quinta-feira, 11 de agosto
Continuação das cláusulas econômicas


Fonte: Contraf-CUT, com Fetec-CUT/CN


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