A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reunirá com o banco nesta sexta-feira (14), a partir das 10h, para debater sobre questões de saúde e condições de trabalho. A reunião faz parte das negociações sobre a pauta de reivindicações específicas da Campanha Nacional dos Bancários 2020, em busca da renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos funcionários. A reunião será realizada por videoconferência.
“O debate sobre saúde vai muito além das questões relacionadas à pandemia causada pelo novo coronavírus. Tem relação direta com o cotidiano de trabalho dos funcionários, que é extremamente adoecedor devido, principalmente, à cobrança de metas abusivas”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
Também queremos debater sobre a inclusão na Caixa de Assistência (Cassi) dos funcionários que foram incorporados pelo BB após a compra de outros bancos. Todos trabalham no BB e estão sujeitos aos mesmos fatores que os levam ao adoecimento”, explicou a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Fernanda Lopes, ao lembrar que são oferecidos aos funcionários diferentes planos de saúde.
Um levantamento do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), com dados da Previdência Social, comprova que a categoria bancária é uma das que mais adoece por conta do trabalho. Entre 2009 e 2013, houve um aumento de 40,4% no total de benefícios concedidos aos bancários, enquanto que para as demais categorias profissionais o crescimento foi de 26,2%.
Dados do INSS mostram que, de 2009 a 2018, mais da metade (56%) dos afastamentos de bancários foram reconhecidos como doença do trabalho, sendo as mais comuns: depressão, ansiedade, estresse e as LER/Dort. As doenças psicológicas foram progressivamente tornando-se prevalentes; de 2013 em diante, passaram a ser maiores que as Ler/Dort.
Segundo o Observatório de Saúde do Trabalhador, do Ministério Público do Trabalho, a incidência das doenças mentais e tendinites entre bancários é, no mínimo, de 3 a 4 vezes maior que a da maioria da população. O que demonstra que o fator trabalho é crucial para a incidência da doença na categoria.
Outro dado do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho que comprova a influência do ambiente e das relações de trabalho para o adoecimento da categoria é o que mostra que, entre 2012 e 2017, os bancos foram responsáveis por apenas 1% dos empregos criados no país, mas por 5% dos afastamentos por doença.
Fonte: Contraf-CUT