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23 de Agosto de 2024 às 19:00

Comando Nacional volta à mesa de negociações com a Fenaban na terça (27)

Manifestações estão agendadas para o decorrer da semana; Categoria bancária exige aumento real, PLR e vales alimentação e refeição maiores e mais direitos


O Comando Nacional dos Bancários volta à mesa de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na terça-feira (27), que prosseguirão nos dias seguintes, até sexta-feira (30), com a expectativa de que seja renovada a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria com os bancos respeitando as reivindicações dos trabalhadores.

Na próxima semana, a categoria também intensificará os protestos nas agências, departamentos e redes sociais. A orientação é que todos utilizem nas postagens a hashtag #MerecemosRespeito, sempre marcando a Febraban (@febraban_oficial no Instagram e @Febraban para o X).

"Merecemos respeito! Os lucros exorbitantes do setor bancário são fruto do trabalho das bancárias e bancários! Ainda assim, na última mesa de negociações, as empresas apresentaram uma proposta vergonhosa de reajuste salarial, com perda real de 0,57%", pontuou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Dados do setor


- Em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões no país. Estamos falando de lucro, já descontado impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos;
- No 1º semestre de 2024, o lucro dos cinco maiores bancos foi de R$ 60 bilhões, aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2023;
- No Brasil, os bancos têm rendimento médio de 15% ao ano acima da inflação. A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10% e na Inglaterra 9%;
- Ainda que representem 10% das instituições financeiras do Brasil, os bancos têm resultado nove vezes maior que as instituições de pagamento, respondendo por 71% do lucro produzido no setor financeiro, sem contar que muitos bancos são detentores de instituições de pagamento;
- Além disso, os bancos detêm 82% do mercado de crédito do país e 81% dos ativos do mercado financeiro brasileiro;
- Por outro lado, no último ano, 2023, os bancos tradicionais encerraram mais de 2 mil postos de trabalho, enquanto em todo o sistema financeiro, do qual os bancos fazem parte, está havendo o aumento de empregos.

Leia também: Setor bancário destoa do mercado e continua demitindo

Reivindicações da categoria

- Reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%;
- Melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
- E melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.

Os trabalhadores reivindicam ainda:
- Fim da gestão por metas abusivas, que tem gerado adoecimento na categoria;
- Reforço aos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual;
- Direito à desconexão fora do horário de trabalho;
- Direitos para pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;
- Suporte aos pais e mães de filhos com deficiência;
- Mais mulheres na TI;
- Combate à terceirização e garantia de empregos;
- Jornada de trabalho de quatro dias;
- Ampliação do teletrabalho.

Direitos e não benefícios

"Todas as conquistas obtidas pelos bancários e bancárias que já estão na CCT, são inovações que não têm previsão legal, como as mesas permanentes sobre saúde, segurança e igualdade de oportunidades. 13º auxílio alimentação, auxílio para trabalhadores com filhos com deficiência, complementação de auxílio previdenciário e tantos outros. São direitos conquistados e não benefícios dos bancos que querem retirá-los. Mas nós não vamos permitir! Além de justos, porque a categoria é diretamente responsável pelos lucros dos bancos, são direitos que servem de modelo para as demais categoriais e que apontam para uma sociedade mais inclusiva e não concentradora de renda", pontuou Juvandia Moreira.

 

 Fonte: Contraf-CUT
 

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