Em assembleia remota realizada pelo Sindicato das 8h às 20h desta terça-feira (14), a minuta de reivindicações da categoria foi aprovada pelos bancários e bancárias de Brasília com mais de 93% de votos favoráveis. O documento é resultado dos debates ocorridos na 24ª Conferência Nacional dos Bancários entre os dias 10 e 12, em São Paulo.
É também na capital paulista, nesta quarta-feira (15), que o Comando Nacional fará a entrega da pauta aprovada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), dando assim início às negociações da Campanha Nacional 2022 com vistas à renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que este ano completa 30 anos.
Depois dos congressos locais geral e específicos por bancos, a categoria do DF participou dos congressos nacionais do Banco do Brasil, da Caixa e dos bancos privados entre os dias 8 a 10, também em São Paulo, culminando na Conferência Nacional dos Bancários no fim de semana. Bancários e bancárias do BRB já têm reivindicações específicas definidas.
Os bancários do Bradesco e do Santander já entregaram nesta terça-feira as suas pautas específicas aos bancos. A categoria tem como data-base o dia 1º de setembro.
Eixos prioritários da Campanha 2022
“No âmbito dos congressos por bancos e na Conferência Nacional dos Bancários, além da ampliação e consolidação do teletrabalho enquanto direito, os eixos priorizados para a Campanha deste ano levam em consideração, em primeiro lugar, o fim da ultratividade dos acordos, que garante a validade dos termos contidos no acordo anterior até que sobrevenha novo acordo, fazendo com que tracemos uma estratégia que tenha como horizonte o limite de 31 de agosto. E também, no que se refere à inflação, que tem carcomido o poder de compra dos trabalhadores de forma geral, aprovando o índice de reajuste de 5% acima da inflação (INPC + 5%), além de um dispositivo no acordo que é um gatilho inflacionário. Ou seja, sempre que a inflação ultrapassar 3 pontos percentuais, haver a recomposição do poder de compra”.
“Da mesma forma, tiramos uma linha de estratégia contra as demissões e terceirizações, que é um processo de que os bancos têm lançado mão para substituir mão de obra tipicamente bancária, protegida por acordos e pela CCT da categoria, por contratações que não respeitam e precarizam as relações de trabalho”, acrescenta o presidente do Sindicato.
Quanto aos bancos públicos, Kleytton afirma que, na mobilização deste ano, mais uma vez “se faz fundamental a defesa dos bancos públicos, que foram muito atacados ao longo dos últimos períodos, com destaque para a valorização do seu papel socioeconômico e o respeito aos seus funcionários e funcionária – valorização que se dá por meio de contratações pela realização de novos concursos, na Caixa, no BB e no BRB, por exemplo”.
Outro ponto destacado pelo dirigente sindical como eixo aprovado na Conferência diz respeito à necessidade de uma discussão ampla com a categoria sobre as formas diferentes de remuneração, “principalmente em relação à remuneração variável, que tem sido um dos fatores que potencializam ainda mais a cultura do assédio moral, prática que já conseguimos comprovar nos tribunais que são utilizadas pelos bancos como instrumento de gestão”. De acordo com Kleytton, foi deliberado como eixos estruturantes que é preciso banir tanto essa prática quanto a imposição de metas desumanas.
Kleytton finaliza reforçando a convocação dos bancários e bancárias à luta. “É fundamental a participação e o engajamento da categoria na Campanha. O cenário, é extremamente difícil, é ano eleitoral, sendo importante que tenhamos a compreensão e saibamos articular a defesa intransigente dos nossos direitos, mas cientes de que a democracia é o terreno sem o qual a perspectiva de direitos fica completamente prejudicada”, disse. “Nesse sentido, a categoria precisa entender a importância de eleger um Congresso composto por representantes dos trabalhadores e trabalhadoras, com deputados e senadores que respeitem e tenham compromisso com a pauta do mundo do trabalho e da sociedade, tendo em vista que 99% da população estão amargando as consequência do desgoverno Bolsonaro. Por isso, é preciso ter clareza que a tarefa é tirar Bolsonaro do poder e eleger Luís Inácio Lula da Silva, para que possamos assim ter uma atmosfera democrática, de respeito, e ter condições de estabelecer um diálogo sobre o papel do sistema financeiro nacional e a valorização dos trabalhadores que nele atuam”.
Da Redação