A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa rejeitou, durante a reunião da mesa de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) nesta sexta-feira (21), as propostas do banco para a mudança no Saúde Caixa. Na última quarta-feira (19), o banco havia apresentado seis propostas que alteram o atual modelo de custeio e afetam fortemente o pagamento do plano, onerando os trabalhadores.
O banco propõe a individualização por faixa etária do plano de saúde, alegando a sustentabilidade do Saúde Caixa. A Comissão dos Empregados nega. “O atual modelo do Saúde Caixa é sustentável e garante o pacto intergeracional, o mutualismo e a solidariedade com todos os empregados. O teto de gastos colocado pela Caixa é prejudicial aos empregados e são esses trabalhadores que lutam todo dia para construir a empresa que é a Caixa. Rejeitamos as propostas”, reforçou a coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt. A coordenadora informou ainda que a CEE/Caixa continua aberta às negociações, mas essas propostas não contemplam todos os empregados.
O teto de gasto que a coordenadora se refere é de 6,5%. O valor foi apresentado pela Caixa com a justificativa de que seria fundamental para a manutenção da competitividade da Caixa no sistema financeiro. “A Caixa informou que esse teto de gastos colocado foi justificado para poder dar competitividade à empresa, mas não é isso que vemos. A Caixa tem sim é perdido mercado”, afirmou Fabiana.
Vale lembrar que na reunião anterior sobre o plano de saúde dos empregados, a Caixa avaliou que para atender a CPC 33, ao estatuto da empresa, às resoluções da CGPAR e às demandas de usuários seria necessária uma cobrança individualizada dos mutuários.
Atualmente, o custo do Saúde Caixa é divido igualmente para todos os beneficiários. Com 70% do valor custeado pela empresa e o restante pago pelos trabalhadores. O modelo permite que todos os trabalhares, de todas as faixas etárias e condições salariais, tenham condições de pagar o plano de saúde de forma solidaria.
As propostas apresentadas pela Caixa foram duramente criticadas pelos representantes dos empregados. Para Edgar Antônio Bastos Lima, dirigente da Fenacef, as propostas não são sustentáveis para todos os empregados. “Precisamos ter o Saúde Caixa para todos os empregados, inclusive para os aposentados e para aqueles que ainda aguardam a decisão da Caixa em inseri-los no plano de saúde. Os aposentados já têm a renda comprometida por causa do equacionamento”, avaliou.
Outra crítica é a falta de dados apresentados pela Caixa, que prejudica a análise pelo movimento sindical. “A Caixa não entrega todas as informações – relatórios atuariais. Sem poder avaliar as questões financeiras, rejeitamos as propostas na mesa de negociação porque não podemos construir algo que melhore o nosso plano sem todas as informações”, afirmou Carlos Augusto Silva, representa da Feeb-SP/MS na CEE/ Caixa.
A Caixa diz que o modelo atual de 70/30 está defasado e ainda destacou que incluir o teto de 6,5% é incompatível. Para o banco, o modelo mais viável é a proposta 1. O banco condicionou ainda a entrada de novos empregados ao Saúde Caixa à aceitação da CEE à individualização do plano.
Após reivindicação da Comissão de Empregados, a Caixa sinalizou que está sendo estudada a contratação de mais empregados. A situação está sendo analisada pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest).
Uma nova mesa de negociação está agenda para a próxima segunda-feira (24), já com as propostas de PLR. O horário ainda será definido.
Fonte: Contraf-CUT