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27 de Agosto de 2020 às 00:59

Bancos recuam na retirada de direitos, mas insistem em reajuste zero com abono em 2020

E reajuste zero não dá pra aceitar. Negociações prosseguem nesta quinta 27. À noite, a categoria faz assembleias em todo o país para discutir a proposta


Na 12ª segunda rodada de negociações da Campanha Nacional 2020, realizada nesta quarta-feira (26) entre o Comando Nacional d@s Bancári@s e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), pouco se avançou na questão do reajuste salarial, mas houve recuo por parte dos representantes dos bancos na retirada de direitos da categoria.

Nesta quinta-feira (27) à noite haverá assembleias em sindicatos de todo o país para avaliar as propostas da Fenaban. Uma negociação ainda está marcada para esta quinta, antes das assembleias.

Os bancos recuaram em mexer na regra da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e ficou mantida a parcela adicional que é de 2,2% do lucro líquido sem alterar a regra. Porém, os representantes dos bancos insistiram no reajuste zero para 2020, só abono. Propuseram um abono de R$ 1.656,22 para este ano. Para o ano que vem, a proposta apresentada foi de repor 70% da inflação pelo índice do INPC a partir de 1º de setembro e os outros 30% depois de seis meses.

“Até agora, as propostas da Fenaban têm tido uma repercussão muito ruim para a categoria. As assembleias feitas nesta terça-feira (26) foram muito grandes em várias cidades. Temos assembleias nesta quinta, os bancos têm até à noite pra colocar uma proposta decente de reajuste. Não vamos defender uma proposta com reajuste zero. A categoria tem consciência dos lucros que os bancos tiveram e também sabem o esforço que tiveram e sacrifícios para trabalhar durante essa pandemia”, avaliou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional, Juvandia Moreira.

A questão da saúde e condições de trabalho ainda deverão ser discutidas entre o Comando e a Fenaban. Houve concordância em negociar o teletrabalho, mas ainda não foi finalizada a questão da jornada, dos móveis e dos valores. O Comando espera que a Fenaban sinalize no ressarcimento de custo de internet e com equipamentos.

O Comando Nacional criticou a postura da Fenaban de insistir no reajuste zero para este ano e o parcelamento do INPC para 2021. Foi decidida uma nova negociação para a tarde desta quinta-feira (27), antes das assembleias nos sindicatos. “As assembleias de amanhã (quinta-feira, 27 de agosto) serão decisivas para o movimento. Esperamos que na negociação desta quinta a gente avance porque sem reajuste os bancos vão jogar os bancários pra greve”, afirmou Juvandia.

A proposta de acordo de dois anos da Fenaban é a seguinte:

Cláusulas econômicas

A) 2020 – reajuste zero com abono de R$ 1.656,22;

B) 2021 – propõe 70% de reajuste do INPC aplicado sobre as verbas a partir de 1º de setembro de 2021 e os 30% para composição da inflação a partir de fevereiro;

PLR – Manutenção da regra vigente na CCT 2018/2020, com as mesmas condições vigentes. Na negociação de hoje, os bancos recuaram nos pontos que reduziam o percentual de 2,2% para 2,0% da parcela adicional e do acelerador da regra básica da PLR e retiraram o limitador do valor que poderiam gastar com PLR, mantendo o mesmo percentual distribuído em 2019.

Exclui do texto da PLR a expressão “deverão” no caso de compensação dos programas próprios de PLR, mantendo a redação vigente na CCT 2018/2020;

Cláusulas de saúde

Em relação às cláusulas de saúde, recuam e mantêm a redação atual das cláusulas 29 e 57 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Desistem de reduzir de 120 para 90 dias o período de pagamento de benefício emergencial de salário pelos bancos para os funcionários, enquanto o bancário recorre de alta indevida pelo INSS.

Outra cláusula da CCT que a Fenaban queria mudar é a que regula a complementação salarial em caso de afastamento para tratamento quando o benefício é menor que o salário. A proposta anterior colocava carência de 12 meses entre um afastamento e outro, para que seja pago a complementação (retornando ao trabalho).


Fonte; Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT e Seeb Brasília


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