O Banco do Brasil se manteve irredutível no corte de direitos apresentados nas reuniões anteriores e, na negociação desta segunda-feira (24), apresentou mais uma proposta que afetará diretamente os funcionários: a redução do percentual do lucro líquido a ser distribuído no módulo da PLR linear paga pelo banco.
No Acordo Coletivo de Trabalho em vigência, o banco distribui 4% de seu lucro líquido linearmente entre os funcionários a partir da fórmula de composição da PLR. O banco quer reduzir esse percentual para 2% do lucro líquido.
“A redução proposta na mesa única de negociações já levava a uma queda de até 48% do valor pago aos trabalhadores. Com essa redução de 50% do lucro líquido a ser distribuído, o valor cairá ainda mais”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. A redução chega a 42% do valor nos salários de ingresso (escriturários e caixas).
No BB, a PLR prevista no atual Aditivo à CCT é paga da seguinte forma:
Módulo Fenaban
Módulo BB
I – Parcela Linear de 4% do lucro líquido verificado em cada semestre civil do exercício (no caso, 2018 e 2019), distribuído entre todos os participantes do Programa PLR, definidos na cláusula sétima do Aditivo à CCT.
II – Parcela Variável (não negociada com os sindicatos de trabalhadores).
“Assim como na mesa da Fenaban, o banco insiste em propor alterações lesivas ao contrato de trabalho e mostra pouca disposição em manter os meios de subsistência de seus funcionários. Em contrapartida, aumenta o orçamento das carteiras e exige o cumprimento tempestivo de metas”, avalia Marianna Coelho, diretora do Sindicato de Brasília e representante da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) na CEBB.
Mais cortes de direitos
Nas últimas reuniões de negociações, o Banco do Brasil já havia apresentado propostas de retiradas de direitos dos funcionários. Em rodadas anteriores propôs a redução dos ciclos avaliatórios para descomissionamento, passando de 3 para 1 e, na última reunião, apresentou a proibição da acumulação e venda dos cinco dias de abono a que o funcionário tem direito a cada ano; o fim do descanso de 10 minutos a cada hora para os funcionários que exercem atividades na sala de autoatendimento e o registro no ponto eletrônico do intervalo intrajornada de 15 a 30 minutos para almoço.
“São conquistas históricas dos funcionários do BB que estão sendo ameaçadas pelo governo Bolsonaro, que insiste na retirada de direitos, mesmo no cenário de pandemia”, pondera Marianna.
“Os funcionários não aceitam esses ataques. Entendemos que o Banco do Brasil não apenas tem totais condições de manter todos os nossos direitos, mas também atender todas as nossas reivindicações. Os funcionários estão mobilizados e vão lutar para que elas sejam atendidas”, disse a secretária da Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Fernanda Lopes.
Fonte: Seeb Brasília, com Contraf-CUT