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28 de Agosto de 2020 às 08:00

28 de agosto, Dia do Bancário: resistir para manter os direitos conquistados em um século de lutas

Pressione os banqueiros participando das assembleias virtuais de seu sindicato e das campanhas nas redes sociais


Todos os direitos da categoria foram conquistados com organização e muitas lutas nesses 100 anos. Da jornada de 6 horas em 1933 à 13ª cesta-alimentação e igualdade de oportunidades já no século 21, passando pela conquista da PLR em 1995.

O 28 de agosto foi escolhido Dia do Bancário em homenagem à greve heroica de 1951, que começou exatamente nessa data e durou 69 dias.

Os índices oficiais do governo na época apontavam um aumento de 15,4% no custo de vida. Os bancários refizeram os cálculos e o próprio governo teve que rever seus índices, que saltou para 30,7%. Depois de 69 dias de paralisação, os bancários conquistaram 31% de reajuste. Foi a maior greve da história da categoria.

Uma greve proibida

Nos anos 50, os bancários já estavam minimamente organizados nacionalmente e fizeram, em julho, uma Convenção Nacional no Distrito Federal (na época Município do Rio de Janeiro), em que definiram a reivindicação de reajuste de 40%. Os banqueiros ofereceram 20% de aumento, o que foi rejeitado por várias assembleias da categoria.

Vendo o movimento enfraquecer, os bancários de São Paulo decidiram ignorar a lei e deflagraram a paralisação no dia 28 de agosto. Nos primeiros dias, governo e banqueiros ameaçaram enquadrar os bancários na Lei de Segurança Nacional, mas nada fizeram. Assim, trabalhadores de outras capitais foram aderindo à paralisação.

A greve acabou sendo fortemente reprimida em todo o Brasil e tanto os banqueiros quanto o governo ajuizaram o dissídio, já que os bancários se recusavam a seguir a Lei de Greve. Com promessas de não perseguição e não demissão, porém sem garantias, os trabalhadores dos bancos pelo Brasil foram aceitando a proposta de 20%. Porém, as promessas não foram cumpridas e ocorreram diversas demissões.

Em 5 de novembro, a Justiça decretou o fim da paralisação com um reajuste de 31%.

 

Importância da greve de 1951

Mas, além do reajuste, a greve de 1951 também fez surgir sindicatos de bancários em vários pontos do país. Assim, também é indiscutível a importância da greve para a organização da luta da categoria, que de lá para cá obteve muitas outras conquistas, entre elas a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional.

Outro mérito da greve de 1951, foi a contestação dos dados oficiais do governo. A partir desta contestação surgiram as bases para a criação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com o objetivo de municiar os trabalhadores com dados estatísticos confiáveis.

Lutar para manter os direitos

69 anos depois daquela histórica greve, os bancos querem na campanha nacional retirar alguns desses direitos conquistados com luta.

“Hoje é o Dia do Bancário, um marco que simboliza todas as nossas conquistas em um século de muitas mobilizações e lutas da categoria. Não abriremos mão dos nossos direitos conquistados e não aceitaremos nenhum direito a menos. A distância não nos limitará”, avisa Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN.

"Nessa data, precisamos fazer uma reflexão sobre o nosso papel e a forma como estamos sendo tratados pelos banqueiros. Somos uma categoria forte, organizada, de respeito, que contribui para melhorar a vida dos brasileiros. Em nome da Federação, homenageio todos os bancários e bancárias por seu dia”, afirma Cleiton no vídeo abaixo. Confira.

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 Fundação da CUT

O dia 28 de agosto também deve ser comemorado como dia de luta por ser o dia de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em 1983. Ainda durante a ditadura militar. A CUT é hoje a maior central sindical do país, à qual a Fetec-CUT/CN é filiada.


Fonte: Fetec-CUT/CN


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