Dirigentes do Sindicato percorreram diversas agências da Caixa no DF nesta quarta-feira (13) e constataram uma situação alarmante: todas operam com um número reduzido de empregados, uma realidade totalmente incompatível com a enorme quantidade de clientes que buscam atendimento diariamente.
O problema se agravou ainda mais nas últimas semanas depois que o banco enviou mensagens a milhões de clientes cujos cartões de débito venceram em outubro, pedindo que procurassem as agências para resolver a situação. A medida aumentou o fluxo de pessoas em busca de atendimento, sobrecarregando ainda mais as agências.
“A área de cartões da Caixa não se planejou de forma adequada, colocando o vencimento de milhões de cartões de clientes para outubro de 2024, gerando filas enormes nas agências em um momento já crítico”, avalia o dirigente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) Guilherme Simões. “A situação decorrente do déficit de empregados, que já é significativo, se agrava diante do aumento de clientes e da pressão crescente por metas neste momento devido ao fechamento anual”.
Guilherme cobrou que “seria importante que a direção da Caixa se responsabilizasse por esse erro de planejamento e reduzisse as metas, como compensação a esse aumento de fluxo de clientes não esperado”.
A situação mais crítica foi encontrada na unidade do Paranoá. Por lá, apenas quatro funcionários estão encarregados de atender mais de 400 pessoas diariamente. “A contratação de novos funcionários para as agências da Caixa precisa ser priorizada. É desumano deixar quatro trabalhadores responsáveis pelo atendimento de centenas de pessoas diariamente. Infelizmente, essa é a realidade de muitas agências em Brasília e no Entorno”, denuncia Elis Regina, diretora da Fetec-CUT/CN.
Antonio Abdan, diretor do Sindicato, reforçou que o quadro da agência já estava reduzido e se agravou após saídas de funcionários pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV) e promoções internas. “A Caixa não repôs o quadro necessário, resultando em filas enormes, longas esperas e, o mais preocupante, um impacto severo na saúde dos bancários,” alertou Abdan.
Sindicato em ação
Somente após duas intervenções do Sindicato no local é que a Caixa se manifestou, enviando de imediato um empregado para reforçar a equipe e se comprometendo a remanejar para lá ainda esta semana dois novos empregados do último concurso. Para o Sindicato, porém, é preciso mais. “Estamos exigindo que o processo de admissão do último concurso seja acelerado”, cobrou Elis Regina.
Francinaldo Costa, também diretor da Fetec-CUT/CN, enfatizou a gravidade da situação. “Por mais que tenhamos acionado a Superintendência e a Caixa para acelerar as contratações do último concurso, nada foi feito. Estamos diante de uma situação gravíssima,” declarou.
“É preciso deixar claro para a população que a culpa não é das bancárias e dos bancários; é de quem não contrata mais gente para trabalhar, ou seja, a culpa é da direção da Caixa”, aponta Wandeir Severo, diretor do Sindicato. “Ninguém sai de casa para atender mal. Nós queremos atender bem. Os empregados e empregadas da Caixa querem e sabem atender bem, mas, com tão pouca gente para trabalhar nas agências, isso é impossível. Por isso pedimos paciência aos clientes, e à direção da Caixa pedimos que resolva logo essa situação, contratando os concursados”.
Da Redação