Infelizmente, o governo Bolsonaro deu mais um passo para a privatização da Caixa. Mesmo com intensa mobilização do movimento sindical, a IPO (Oferta Inicial de Ações, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, terceira maior empresa de seguros do Brasil, foi realizada na semana passada. As entidades representativas conseguiram adiar por seis anos a abertura do capital da subsidiária.
Privatizar áreas estratégicas da instituição financeira não é um bom negócio. Nenhum dos grandes bancos privados - Itaú, Bradesco e Santander, possuem empresas de seguridade e capitalização na Bolsa de Valores. Ainda mais que boa parte da receita é oriunda dessas áreas. A resistência contra o desmonte vai continuar.
Na operação, a Caixa arrecadou R$ 5 bilhões (valor bruto). Só que a direção da estatal pretende antecipar a devolução dos IHCD (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida). A decisão pode causar a descapitalização do banco. Prejuízo para as políticas públicas e o desenvolvimento do país. Vale ressaltar que em 2020, o patrimônio líquido do banco foi de R$ 92,7 bilhões. Em pouco anos, a empresa vai devolver 1/3 do capital para o Tesouro Nacional.
A sanha privatista do governo para não por aí. Também já foi anunciada a intenção de abrir o capital da Caixa Cartões, da Caixa Asset e do banco digital, em construção através do Caixa Tem. O aplicativo foi criado pelos empregados do banco em tempo recorde no ano passado para facilitar o pagamento de programas sociais, como o auxílio emergencial na pandemia.