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11 de Outubro de 2024 às 09:40

Fetec-CUT/CN participa de audência na Câmara sobre o fechamento de agências da Caixa

Realizado na tarde desta quinta-feira (10/10), o debate reuniu representantes do banco público e de diversas categorias de trabalhadores que prestam serviços em agências bancárias


A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participou nesta quinta-feira 10 de outubro da audiência pública realizada na Câmara dos Deputados para discutir "o fechamento de agências da Caixa Econômica Federal e seu impacto no mundo do trabalho". A Federação foi representada na audiência, proposta pela deputada Erika Kokay (PT/DF), por seu representante na Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Antonio Abdan.

Também participaram do evento a Contraf-CUT, a Fenae e representantes do banco público e de diversas categorias de trabalhadores que prestam serviços em agências bancárias.

“A audiência foi sobre o fechamento de 128 agências da Caixa e/ou transformação de parte delas em agências digitais, que trarão como consequências transtorno com alteração da rotina dos empregados e ⁠fechamento de postos de trabalho”, afirmou Antonio Abdan, que também é secretário de Finanças do Sindicato de Brasília.

“Apesar da Caixa garantir que não haverá demissões e que ninguém será prejudicado, sabemos que na prática não é bem assim. Empregados são prejudicados com perda de funções, no caso de caixa e tesoureiros, e mudanças na rotina. E no caso de terceirizados, demissão por fechamento de postos de trabalho”, acrescentou Abdan.

Fechamento mexe com a estrutura da sociedade

O presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, destacou que "quando se fecha uma agência bancária da Caixa, toda a estrutura da sociedade é afetada”. Ele também defendeu a importância de a Caixa preparar suas estruturas com antecedência para evitar o caos observado nas primeiras unidades que foram encerradas, principalmente para os empregados, sejam bancários ou outras categorias que atuam no banco público.

"Por que não realizar um estudo prévio de qualidade? Por que não ouvir as comunidades antes de tomar decisões tão drásticas como o fechamento de agências?", questionou Takemoto.

Segundo ele, das 120 agências fechadas, mais de 80% estavam localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Paraná, regiões de grande interesse para o sistema financeiro. "O fechamento de uma agência precisa ser bem discutido e planejado, pois o impacto é enorme. Não afeta apenas os clientes e beneficiários dos programas sociais, mas toda a comunidade ao redor das agências da Caixa Econômica", reforçou Takemoto. "Para fechar uma agência, é fundamental realizar um amplo diálogo com a comunidade. Não deve ser uma decisão tomada em um gabinete, distante da realidade local", concluiu.

Garantir os direitos dos trabalhadores

Proponente do debate, a deputada Erika Kokay destacou que a Caixa é o banco responsável pela articulação das políticas sociais, e sua presença é fundamental em todas as regiões do país. “O fechamento de uma agência não é apenas a perda de um espaço de operações bancárias, mas também de um ponto de articulação e execução de programas sociais essenciais”, destacou. 

A parlamentar destacou o papel essencial da Fenae na discussão para evitar o fechamento de agências da Caixa, principalmente para evitar prejuízos para os empregados e empregadas da instituição. “Nosso objetivo é garantir condições legais de trabalho, como a manutenção dos direitos dos trabalhadores terceirizados, a segurança das instalações e, acima de tudo, assegurar que nenhum posto de trabalho seja perdido. O fechamento de uma agência da Caixa afeta não só os empregados diretos, mas também todos aqueles que asseguram o bom funcionamento do banco”, rebatizou a parlamentar. 

Eliana Brasil, representante Contraf-CUT, enfatizou a necessidade da união e a mobilização de todos para evitar que mais agências tenham os seus serviços encerados. A exemplo disso, ela relatou a experiencia em São Paulo quando a mobilização de todos evitou o fechamento de uma unidade. “Recentemente, durante as negociações da nossa data-base, tivemos o caso de uma agência muito importante na cidade de São Paulo, localizada na Praça do Forró. A própria população do entorno dessa agência organizou um abaixo-assinado e veio nos entregar, destacando a importância dela para a comunidade”, contou.

“Sabemos da importância que uma agência da Caixa tem, especialmente para atender a população mais carente, e o impacto que seu fechamento teria não só para os clientes, mas para toda a economia local”, destacou. 

Segundo ela, apesar da transformação digital ser necessário e positivo para a modernização do banco público, o fechamento de agências físicas e sua transformação em digitais afeta especialmente os terceirizados, que não têm as mesmas garantias de emprego que os trabalhadores concursados”.  “Por isso, fazemos um apelo à direção da Caixa: olhem com mais atenção para os trabalhadores terceirizados. Eles são nossos colegas e também precisam de respostas claras e garantias sobre seus futuros. Quando uma agência vai fechar, é preciso ser franco com todos, bancários e terceirizados, para que não fiquem sem informação ou segurança sobre seus empregos”, enfatizou. 

Encaminhamento

A Superintendente Nacional de Estratégia de Clientes da Caixa, Fernanda Martins, se comprometeu em uma mesa com as várias entidades que representam os trabalhadores terceirizados, como vigilantes, trabalhadores da limpeza da copa, trabalhadores, telefonistas para discutir a necessidade de termos asseguradas as condições legais de trabalho. 

A discussão também contou com a participação de representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS); da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes e Prestadores de Serviços (CNTV), do Sindicato dos Empregados no Comércio do Distrito Federal (SINDICOM – DF); do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviço Terceirizáveis no Distrito Federal (SINDISERVIÇOS/DF); do Sindicato dos Bancários de Brasília (SEEB/DF) e do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (SINDESV/DF).


Fonte: Fetec-CUT/CN, com Fenae


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