A Caixa está desde janeiro de 2023 sob nova direção. Rita Serrano, ex-conselheira administrativa eleita pelos trabalhadores e trabalhadoras assumiu a presidência da Caixa neste novo Governo Lula. Porém, até o momento, as condições de trabalho no Banco não continuam nada fáceis.
Por isso, para debater temas centrais para os empregados e empregadas da Caixa e eleger a representação do Pará para o Seminário Nacional do Saúde Caixa, que ocorrerá no dia 22 de julho, o Sindicato dos Bancários do Pará realizou na noite dessa terça-feira (04/07) o 15º Encontro Estadual da Caixa, que de forma virtual reuniu diversos bancários e bancárias da instituição em todo o Estado.
Antes dos debates, a presidenta do Sindicato e empregada da Caixa, Tatiana Oliveira, fez a leitura do regimento do Encontro, que foi aclamado pelos presentes. Em seguida, foi a vez da coordenadora da Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Proscholdt, fazer sua apresentação sobre condições de trabalho no Banco e os desafios colocados para o Saúde Caixa.
Ela afirmou que ainda há muita coisa para melhorar na gestão de pessoas da Caixa. Dentre as situações que carecem de melhorias ela destacou que, para além da mesa permanente de negociação, a CEE/Caixa participa de 4 Grupos de Trabalho onde a categoria luta por: definição de critérios para promoção por mérito; exclusão da modalidade de função por minuto para caixas e tesoureiros, com retorno da efetividade, além de demandas dos avaliadores de penhor; condições de trabalho com gestão humanizada, sem metas abusivas, com estabilidade de sistema e equipamentos de trabalho adequados; e saúde no trabalho, com mais proatividade da direção da Caixa em combater os adoecimentos e afastamentos do trabalho.
“Os empregados e empregadas da Caixa, de um modo geral, e nós também do movimento sindical ainda temos muitas expectativas de melhorias na gestão do Banco, mas a nova presidência ainda precisa mudar muita coisa para construir um novo tempo para os bancários e bancárias da Caixa. Por exemplo, a empresa precisa se adaptar às legislações vigentes no que diz respeito à adequação de jornada para pais e mães de filhos PCDs, neurodivergentes ou com doenças graves, com a inclusão dos profissionais nestas condições no sistema de teletrabalho. Temos cobrado uma resposta da Caixa também sobre isso”, pontuou.
Fabiana Proscholdt explicou que, devido o atual Acordo Coletivo ser de dois anos, o Conecef foi substituído pelo Seminário Nacional do Saúde Caixa, tendo em vista que para este os empregados e empregadas precisam renovar o acordo específico até agosto deste ano.
A coordenadora da CEE/Caixa avalia que o Saúde Caixa foi sucateado com o fim das GIPES e com as centralizadoras, e que o ACT específico do plano vence este ano, por isso a necessidade de focarmos neste tema. Ela também critica os dados apresentados pelo Banco sobre o Saúde Caixa, pois há inconsistências em relação ao fundo de reserva, que apresenta um déficit na ordem de R$ 251 milhões.
“O Saúde Caixa, apesar de todos os problemas que ele apresenta, ainda é a maior conquista dos empregados e empregadas da Caixa, pois é algo que levamos até mesmo para a nossa aposentadoria, com princípios importantes, e o que precisamos é administrar melhor o nosso plano, para que ele seja eficiente, eficaz, sustentável e que atenda a todos os seus participantes. Precisamos construir um movimento a partir do Seminário Nacional do Saúde Caixa que cobre do banco, e não dos empregados, os tratamentos por adoecimento no trabalho”, destacou Fabiana Proscholdt.
Com a abertura da programação para os debates, muitos bancários e bancárias falaram das dificuldades de acessar a rede de atendimento do Saúde Caixa nos municípios das diversas regiões do Pará e levantaram questionamentos sobre os critérios para credenciamento e descredenciamento de prestadores de serviços da rede.
O representante do Pará no Conselho de Usuários do Saúde Caixa, Rafael Cunha, foi um dos que falou sobre o assunto. Ele informou que a nova gestão do conselho de usuários já realizou 3 reuniões com a direção do Banco, sendo que o ponto central dos debates tem sido o custeio do plano.
“Uma das grandes questões para resolver esse impasse sobre o custeio são as travas de 6,5% da folha de pagamento para custear o Saúde Caixa. O Banco quer onerar os custos para os usuários. Por isso, precisamos começar a retirar essas travas, para que a Caixa custeie os 70% e os usuários paguem os 30%”, afirma Rafael Cunha.
Para a diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Cristiane Aleixo, a definição de critérios para credenciar e descredenciar prestadores de serviços depende da atuação dos comitês regionais, mas para ela “os comitês regionais de credenciamento e descredenciamento do plano só conseguirão funcionar efetivamente com a volta da GIPES”.
A presidenta do Sindicato fez um panorama sobre as ações que a entidade sindical fará para apurar informações e formular diagnósticos para reivindicar melhorias do Saúde Caixa no Pará.
“Pretendemos organizar dois formulários para avaliar as transferências e números de vagas nas agências, assim como sobre o Saúde Caixa para identificarmos quem compõe a rede credenciada nos municípios, a opinião dos usuários sobre a qualidade do atendimento. Entendemos que esse diagnóstico é necessário para orientar nossa política de reivindicações junto à Caixa”, ressaltou a presidenta, que informou que agora ela representa o Pará no Grupo de Diversidade da Caixa, espaço que discute e formula políticas internas sobre igualdade de gênero nas unidades do Banco.
Ao final do Encontro, ocorreu a eleição da delegação para o Seminário Nacional do Saúde Caixa. O Pará tinha direito a 13 representantes, sendo 8 da ativa (obedecendo a paridade de gênero) e 5 aposentados (2 homens e 3 mulheres). Porém, com a ausência de aposentados no Encontro virtual, a delegação eleita foi a seguinte:
Tatiana Oliveira
Cristiane Aleixo
Danielle dos Santos
Edelson Viana
Elayne Melo
Everton Cunha
Jacilene Pimentel (suplente)
Joacy Pereira
Rafael Cunha
Fonte: Bancários PA